Caricatura. Como ainda nos vêem!
Enviaram-me este vídeo (embora a língua base - legendas - seja o francês), entende-se a caricatura, mesmo sem som.
Ainda somos vistos como se não nos tivessemos descolado do início do século passado, com uma indolência generalizada como se fossemos todos, ou sequer a maioria, geneticamente indolentes, culturalmente subjugados aos princípios católicos de há cem anos, etc.
Tudo isto a propósito de um tema interessante e actual.
Fiquei sem saber se havia de rir, ou de chorar, com a forma como nos caricaturam.
Ainda somos vistos como se não nos tivessemos descolado do início do século passado, com uma indolência generalizada como se fossemos todos, ou sequer a maioria, geneticamente indolentes, culturalmente subjugados aos princípios católicos de há cem anos, etc.
Tudo isto a propósito de um tema interessante e actual.
Fiquei sem saber se havia de rir, ou de chorar, com a forma como nos caricaturam.
15 comentários:
Je partage ton avis. Cette caricature est particulièrement violente. Je m'étonne de ne pas voir l'Espagne laquelle n'a pas été ménagée jusqu'à présent par les humoristes français. Maïca
Fui daqueles que leu nas sebentas da escola a história épica de Viriato e de Sertório, de pequenos nadas que nos elevavam a nossa débil nacionalidade.
Fui habituado a ter orgulho na padeira de Aljubarrota, no sacrifício de Martim Moniz, na obscuridade de D. Fuas Roupinho.
Nas Cortes de Lamego, desculpa-me Alexandre Herculano, mas parece que foram inventadas …
Nos Corte Real, pai e filho, que dois anos antes de Pedro Álvares Cabral, já cirandavam, do outro lado do Atlântico, "papando" as índias, indigenas.
Nas campanhas de Mouzinho de Albuquerque, que como anti herói se suicidou, de D. Aleixo Corte-Real, que combateu os japoneses no longínquo Timor.
Ouvia falar de Gungunhana, que mesmo sendo um inimigo, o seu nome não foi riscado da história.
O desbravar de histórias fantásticas de Fernão Mendes Pinto, nas guerras nos confins do mar de Aden e outras da sua imaginação, em Afonso de Albuquerque, em lugares como Calecut , (Calecute), ou Ormuz.
Nos inventos que deram outros horizontes à humanidade, no astrolábio dos decanos dos navegadores e na matemática com o NÓNIO de Pedro Nunes, de Gago Coutinho e de Sacadura Cabral, voando sobre um mar revolto.
O orgulho de falar nas campanhas de descobrimento da África profunda, de Hemergildo Capelo, de Roberto Ivens e Serpa Pinto.
Eu tinha orgulho em ser português e ensinavam-me onde ficava o ponto mais alto de Portugal: o monte Ramalau em Timor, os rios de Angola, de Moçambique, onde ficavam as Cataratas do Duque de Bragança, onde ficavam enterrados os desterrados, mesmo aqueles que se haviam desviado das leis dos homens, como o Zé do Telhado.
Eu gostava dos filmes que mesmo politicamente correctos ainda hoje me fazem rir.
Eu tinha orgulho nos meus escritores, nos meus poetas como Camões, nas anedotas do Bocage, nos líricos como Luísa Toddi.
Nos meus ladrões, nas minhas prostitutas, nos meus corsários, nos meus Papas, nos meus prémios Nóbeis (e não Nobéles ou Nobéis) e nas minhas raízes de judeu, de almorávida, de godo, visigodo, de romano e de suevo ou de alano.
Eu tinha orgulho nos meus reis, nos meus heróis que me davam uma perspectiva de nacionalidade arrebatada.
Onde estás tu D. Sebastião?
Onde está a Encíclica Geração, os meus trovadores, os meus navegadores que deram novas terras ao mundo?
Onde estão os que penhoravam as barbas para manter a sua palavra?
Um professor disse-me um dia que a história é sempre escrita pelos vencedores …
Nós perdemos a nossa história, onde é que perdemos a nossa guerra, em que campo sem nome é que fomos derrotados?
Mas o que mais me constrange é que metade dos nomes que eu invoco, são desconhecidos das gerações actuais e nada me leva a crer que os venham a aprender.
Agora, mais do que nunca, apesar de poucos, temos que erguer a voz, para que os cobardolas que governaram, ou governaram as europas pequeninas, não nos espezinhem.
Nunca fomos vergados por nenhum exército, apesar de sermos quem somos e do poderio dos nossos adversários.
É ESSE O ORGULHO DUM PEQUENO POVO - o português !!!
Ainda não sei mas vou lavrar o mais veemente protesto para os fazedores de mentiras!!!!!!!!!!!!!!
O que me dizes a isto ???
Sublevo toda a internete que possa ????
Como o meu inglês é de ..., (bem e tu Margarida não chores que esta vida são dois dias), já consegui que o meu filho escrevesse para o YouTube, com um veemente protesto.
Pedi-lhe para me enviar para o meu e-mail, o que escreveu.)
Publicá-lo-ei!
Nos comentários, estive para desistir, pois só autorizam 500 letras.
Também reclamei logo abaixo do vídeo, já nem sei o que diz, pois fiquei logo a ferver ...
Já lhes pedi para retirarem o vídeo e quero um pedido de desculpas para o Belgiumtugadois.blogspot.com, que descobriu a MENTIRA dum qualquer produtor anormal e louco ... bem excuso-me de descrever, o que escrevi!
(Isto é que é português vernáculo!, mas perco as estribeiras e se caio do cavalo, está o caldo entornado.)
Vou aguardar!
Agridoce
Olha que nenhuma nacionalidade sai muito favorecida!
Beijos e bom fim-de-semana
Assim numa 1ª abordagem eu diria que uma caricatura vale pelo que é e estas estão, quanto a mim, bem apanhadas; não me ofende nada a versão para português... antes pelo contrário divertiu-me imenso! Um apelo ao uso do preservativo tem de obedecer ao senso comum do bom gosto, ser ligeiramente apimentado com humor q.b.... não me parece que algum país focado neste anúncio esteja mais maltratado do que o seu vizinho, o que seria lamentável!
Gostei!!!
Já conhecia este vídeo que deve ter facilmente mais de 15 anos.
Temos a impressão de ver uma cena típica de Portugal nos anos 60 até ler as legendas, falam do apelo ao uso do preservativo ou seja um assunto demasiado moderno para ser falado nos anos 60 !
É triste ainda terem essa imagem de Portugal, país pobre e atrasado, mas a verdade é que não me admira nada. Tendo vivido em França muitos anos sei que no estrangeiro ninguém faz ideia do peso que Portugal já tive, de todas as vitórias, descobrimentos dos quais podemos nos orgulhar.
É triste mas é uma caricatura, e conhecendo há muitos anos esse trio de comediante francês(via televisão obviamente)não levo a mal mas também não me orgulho.
Somos muito mais do que aquilo que os outros pensam ou sabem de nós.
Somos um país pequeno que nunca conseguirá mostrar quão grande é a nossa cultura e o nosso passado.
Desculpa o desabafo !
MAÏCA,
Será que não caricaturaram outros povos e nações por não saberem que fazer? Ou será que em Espanha a campanha já estava feita e os objectivos conseguidos?
Humor é humor.
Caricaturas são caricaturas.
Só que alguns excessos... custam a roer.
Claro que eu vejo os excessos de que sou alvo.
Dos outros... cada qual que se sente, que faça soar os sinos.
XISTOSA,
Do teu grito de revolta visceralmente tomada saiu um grande primeiro texto de revisão histórica sumária.
Não me parece que o vídeo tenha merecido tanta erudicção, mas eu gostei de ver.
Quanto ao teu comentário deixado directamente no Youtube, na página de publicação deste vídeo... ri-me sem conseguir parar por um bom par de minutos, só a imaginar-me algum estrangeiro que tenha português suficiente para o entender, ou que alguém consigua traduzi-lo.
Talvez tenhas tido uma reacção um pouco desproporcionada, mas compreendo-a bem.
Não sei os outros povos caricaturados sentem que foram cometidos excessos com a brincadeira humorística.
Mas continuo a pensar que connosco, isso aconteceu.
PITUCHA,
É verdade que nenhuma das nacionalidades objecto da caricatura saiu ilesa do sketch de humor.
Mas senti que foram cometidos alguns excessos com os tugas. Mesmo que rindo... como hei-de dizer? não aceito bem que isso venha do exterior. Creio que ultrapassaram os limites do gozo por pintarem aquele quadro que penso já não existir, pelo menos de forma representativa.
Beijo para ti também com bom fim de semana. Haja sol!
INESPIMENTEL,
Não posso dizer que não gostei do sketch, na sua blogbalidade.
Claro que não somos todos iguais a reagir. Nem nenhum tem mais razão que outro.
Se compreendo a necessidade de ser feita a campanha, e que aquele grupo utiliza o humor, logo teria que sair coisa daquela natureza, fiquei sensível à forma nada realista, penso eu e espero que tenha razão nisto, como eles nos pintaram, podendo passar para o quem os vê e ouve uma ideia errada.
Enfim, talvez não tenha conseguido ver com a imparcialidade com que devia. Só que acho que não o conseguirei, nunca.
Quem não se sente...
Obrigado pela tua visita e comentário.
NINI,
Obrigado pela visita com que prendaste esta casa.
Se este vídeo tem mais de 15 anos... até posso admitir que tenha alguma aceitabilidade. Mas é como dizes, aceita-se com menos revolta, mas sem orgulho nenhum.
Não tens que pedir desculpas. Será um prazer ter neste cantinho os teus desabafos ou qualquer comentário que entendas fazer.
É isto como pensámos em caricatura sobre outros. Mas rir com os nossos defeitos próprios quando estão baseados nos preconceitos ampliados, fica difícil. Autocrítica, há poucos que a conseguiram fazer. Quantas piadas não foram contadas sobre os alentejanos, mas eu como estrangeiro não percebe estas graças e quando contarei aos amigos portugueses uma brincadeira sobre os holandeses, então ninguém rirá. Não obstante conheço um truque bom, mudo a nacionalidade por alentejano e tenho sucesso garantido.
Cumprimentos de Antuérpia http://blog.seniorennet.be/lisboa
Olá!
Não sou europeia, portanto, para mim qualquer destas imagens não passam duma caricatura de um pouco de verdade que ainda existe em cada um dos países retratados. E por isso, todos eles têm a sua piada.
As sátiras e as anedotas sobre algo só têm piada, ou quando não estamos incluídos nelas, ou se estivermos incluídos sermos nós próprios a contá-las. Por exemplo, nunca vou achar piada a uma anedota sobre "pretos" contada por uma pessoa caucasiana, pincipalmente quando é seguida daquela típica introdução: "Eu não sou racista, tá?!?". O mesmo digo das anedotas sobre loiras, sobre alentejanos, ciganos, etc...
As sátiras que os Gatos Fedorento fazem à sociedade portuguesa (que ao meu ver são excelentes!) não teriam os mesmo impacto (positivo) que tiveram se fossem feitas por não potugueses...
E foi isso o que me ocorreu quando vi este vídeo.
Jinhos!
Agridoce,
Desculpa por mais esta intromissao, mas so agora vi o comentario da Nini e gostaria de contra-comentar.
Nao querendo ser do contra, mas ja sendo, penso que Portugal nao pode continuar a querer viver dum passado que ja foi ha 500 anos. Um passado de muito "orgulho" para todos os portugueses, um passado colonizador em que que os descobridores tinham como missao "levar a palavra de Deus e iluminar os povos barbaros..." (!?!)
Compreendo que qualquer nacao deva manter saudosismos pois e' humano, mas nao me parece que deva ser esse mais o motivo de orgulho de um pais em pleno seculo 21 em quem os valores de supremacia de uma nacao em nada mais tem a ver com os de 500 anos atras. Eram imagens dos Descobrimentos que gostaria de ver representadas neste video??
Sou angolana, e de forma alguma pretendo tomar as dores dum passado que nem sequer me pertence. Conheco a realidade de Portugal, pois foi la que formei e vivi muitos anos. Mas nao consigo perceber porque e' que se insiste tanto em querer-se continuar voltado para o passado, quando temos um presente para "escrever" e um futuro para visionar.
Dos anos em que vivi em Portugal pude verificar que o pais tem muitos bons valores e actuais. Porque nao estes e nao os antigos que se enfatizam e divulgam?
E para que nao pensem que estou aqui apenas a criticar os outros, faco questao de referir que tambem nao me orgulho (mesmo nada!) da historia recente do meu pais, da guerra civil de quase 30 anos, da falta de clareza da governacao, do facto da educacao - um direito de qualquer cidadao, ser considerado um luxo -, da democracia(?) deficiente, dos desvios de verbas que deveriam ser conduzidos para o combate a pobreza...e principalmente do facto de muitos jovens da minha geracao que apos terem tido oportunidade de se formar em paises desenvlvidos, nao aspirem ao desejo de regressar ao pais e ajudar na sua reconstrucao.
Ana Catarina.
ANA-CATARINA,
De mim, para cada um dos teus dois comentários vão 20 valores (até pareço o MRS :-) )
Concordo com a tua perspectiva.
E não peças desculpa por vires comentar, quantas vezes quiseres.
Beijinhos,
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