sexta-feira, 24 de abril de 2009

São "cravos", senhores!



25 de Abril - - - - -------- - ---- - - - -

Esta é a madrugada que eu esperava ----------------- - -
O dia inicial inteiro e limpo - - - - -- - ----- ---- -- - - -
Onde emergimos da noite e do silêncio ---------- - - -
E livres habitamos a substância do tempo -------- -- --
Sophya de Mello Breyner --- -

E a madrugada acordou iluminada por cravos que não saíam disparados da revolta, semeando um mar de esperança pelos cinco cantos do Império.

E o sol brilhou.

Veio o dia inicial inteiro e limpo e até parecia que jamais a noite iria chegar ao cantinho onde se apeou o regime que à liberdade de expressão riscava a lápis.

E o povo acreditou.

Em menos décadas do que as que durou a noite da censura, o dia mostrou-se fatigado.

Uma escuridão prematura começou a descer sobre o jardim. Da madrugada inteira e limpa, já só resta a penumbra com tendência para uma noite colorida de fantasias onde a maioria do país se sentirá cega. Ah, e também resta algo a que alguns chamam de liberdade, mesmo que se sinta muita liberdade de expressão a brotar submetida a interesses concentrados na substância do tempo, e de democracia habitada de alternâncias monopolares e neputismos partidários a rodar em ciclos viciosos, sempre de sentido único, a que até a oposição se abraça ou, pelo menos, assim parece.

Sente-se que as águas dos valores, éticos, morais, do interesse geral acima das minorias já engordadas, não correm neste rio que emergiu da noite e do silêncio.

Afinal, bem vistas as coisas, foi apenas uma revolta que necessitou de um acto de vingança pela ameaça da carreira para acender a alma dos heróis da mudança prometida, logo arrebanhada pelas raposas e lobos, que aconteceu naquela madrugada.

Afinal, não houve revolução.

Ah poeta, deverias cá estar para nos cantar, como só tu o saberias fazer, esta desesperança em que mergulhámos.

E o povo?

Foram “cravos”, senhores!


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Olhares penosos.

Eis alguns dos olhares penosos com que já me cruzei, aqui por Bruxelas... e não só.

Outros, de tão penosos, não me dão a mínima possibilidade de os "agarrar".


terça-feira, 21 de abril de 2009

Viagem pelo mundo, ao passado e ao futuro

A UNESCO lançou, hoje, a Biblioteca Digitalizada Mundial.

Em cooperação com outras 32 instituições mundiais, a biblioteca é de acesso livre, e aí está disponível diverso material para pesquisa, "online", que vai de livros a manuscritos, desenhos, filmes e outras gravações de som e imagem, com ligações a outras bibliotecas espalhadas pelos "quatro cantos do mundo".


A biblioteca (que pode ser visitada a partir daqui) permite pesquisar o material disponível por temas, locais, períodos ou instituições, podendo-se seleccionar o idioma de utilização onde, entre os 7 disponíveis, se encontra o português.

Entre o inúmero material digitalizado encontra-se uma secção alargada de ciências sociais que cobre áreas de política, colonização (com material relacionado com a escravatura), antropologia e história social, política e económica.


A não perder.


Fonte: INTUTE-Social Sciences Blog (extracto com tradução livre)