sábado, 28 de junho de 2008

Escapadinha a Lovaina (Leuven - Louvain).

Saindo de Bruxelas em direcção à Alemanha, ponteiro apontado à cidade de Colónia, dentro da província do Brabant-Flamengo (existe o Valão, com capital em Liége), a cerca de 20 quilómetros, encontramos a capital, desde 1995, desta província: Lovaina.

Todos nos lembramos, duma forma mais ou menos difusa, de lermos e ouvirmos falar sobre esta cidade flamenga e de um dos motivos que a ajudou a gravar na história, a sua Universidade, nem sempre propriedade da Igreja católica, como actualmente acontece.

Foram encontradas ruínas que datam a sua existência já no século IX, embora só pelo século XI comece a ficar registada como entreposto comercial em progresso.

O edifício da Biblioteca da KUL-Universidade Católica de Leuven (iniciais do flamengo, que não se pode confundir com UCL, da Universidade Católica de Louvain-la-Neuve, francófona, que foi instituída após os movimentos reivindicativos do uso exclusivo do holandês em Leuven, em 1968), fica na memória visual. Na fachada esquerda, a meio, encontra-se, no topo, um emblema com as armas de Portugal.

Ao contrário do que se possa pensar, o edifício da biblioteca é relativamente recente. Tendo sido objecto de diversas destruições e outras tantas reconstruções, a última das quais após a II GG, mantendo a traça que lhe deu, após a I GG (em 1921/8), o arquitecto americano Whitney Warren, em estilo neo-renascentista dos países baixos.

A KUL tem um efectivo estudantil de cerca de 21.000 jovens, o que faz desta cidade, quando em tempos de aulas, uma cidade com uma população ainda mais jovem, que enche parques, jardins e esplanadas.

Perto da Grand Place encontra-se a única fábrica familiar de cerveja de Leuven, a Domus (com 3 cervejas: Nostra Domus, Con Domus e, para o inverno, a Nen Engel).

A outra fábrica de cerveja de Leuven, que já teve natureza familiar, quando ainda era a Den Horen, é a famosa Stella-Artois que, fundada em 1717 por Sébastien ARTOIS, lançou no Natal de 1926 a cerveja STELLA ( = estrela), hoje uma unidade fabril de grande dimensão.

Desta vez, iniciei a minha visita pela Grande Beguinage, onde fica o restaurante da Faculty Club. Simplesmente excelente.

Fundada no Século XIII, por viúvas e solteiras religiosas que viviam comunitariamente, auto-suficientes, recolhidas em vida, mais ou menos, monástica, sem fazer qualquer voto religioso, recebiam crianças que alimentavam e educavam, recebendo, também, pessoas que necessitavam de cuidados de enfermagem.

Em 1962, a KUL adquiriu as instalações e ali montou, para além de residências de estudantes, o seu Faculty Club (na antiga enfermaria), com salas de congressos, restaurante, centros de convívio, etc. Instalações de cinco estrelas, embora sem alteração das instalações originais, com um restaurante com serviço excepcional.

E fico-me por aqui.

Fotos? Cá estão ou, lá mais para cima, do lado direito, é só seleccionar e clicar.




Inté.

Flash-back...

... como se isso fosse possível na vida real!

Hoje, recebi por e-mail, um daqueles que o grupo de amizades feitas nos tempos em que eramos teenagers fazem rodar por todos, um clip com a canção "O mio signore", de Edoardo Vianello.

De imediato, soltou-se e rodou a alta velocidade uma fita no meu cérebro, sobre os tempos em que ouvia músicas italianas em filmes e de quem a se apresentva mais no celulóide projectado no ecran: Gianni Morandi.

Estavamos nos tempos dos filmes sobre cowboys, das grandes produções e dos filmes musicais românticos.

Anos sessenta do século passado.

Das contradicções de estilos musicais que saltavam das canções para fazer bater o coração e correr lágrims pelas faces das amadas, prontamente paradas e secas pelo lenço do caval(h)eiro que a protegia, para os ritmos dos rock'n rolls, twists, merengues, que enfrentavam os bons modos da educação do status quo.

Foi então que me lembrei de uma canção, procurei e encontrei-a com um pedaço do filme que fez mexer com muitos jovens, rapazes e raparigas, que me apanhou ainda na idade dos titubeantes assaltos cardíacos à distância.

Angola, Cine Beneficente, da Associação Beneficente e Recreativa da Catumbela, 1964.

Como me parecem hoje estranhos os modos, as canções, as representações daquele tempo!

Como não me importava de os voltar a ver... naquele tempo!

Se fosse possível fazer um flash-back real!

Não é. Prá frente é que é o caminho.


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quarta-feira, 25 de junho de 2008

R E F L E X Ã O

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Passamos pelas coisas sem as ver,

gastos, como animais envelhecidos:

se alguém chama por nós não respondemos,

se alguém nos pede amor não estremecemos,

como frutos de sombra sem sabor,

vamos caindo ao chão, apodrecidos.



. . . . . . . . . . . . . . . .Eugénio de Andrade

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