sábado, 26 de janeiro de 2008

Overijse – Bélgica

"Lac De Genval"

O tempo, desde os confins dos tempos, foi sempre um bom tema para preencher vazios de conversa com tempo a mais.

Ainda hoje isso me faz alguma confusão ao neurónio que teima em fazer alguma coisa durante o fim de semana. Ele não encontra o tempo. Apenas o vê a passar, mesmo que o tempo seja de sol ou de chuva, ou nem por isso.

Acontece que, por cá, o tempo hoje se revelou a mostrar um ar da sua graça.

Alguns raios solares fizeram lembrar-nos que, por aqui, nem com eles o vento frio se vai.

Só para que não houvesse mentes esquecidas.

Mas que o dia ficou bonito... lá isso ficou! Se não todo, pelo menos uma boa parte dele.

Por isso, “dei corda aos meus sapatos” (que por acaso até eram botas) até ao Lago De Genval, no município de Overijse, bem nos arredores de Bruxelas.

Bonitas paisagens. No lago, nos arredores rurais ou urbanos. Território da Região da Flandres que, segundo parece, foi outrora habitado exclusivamente por flamengos, actualmente em minoria.

Levei a máquina, pois claro. Mas os dedos arrefeciam rápido e ameaçaram a captação das imagens (como se fosse necessária essa ameaça para que as fotos ficassem neste estado!).

Deixo aqui algumas das que ficaram aproveitáveis, segundo o meu critério.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Essa ...

L'hôtel du plaisir - - - - - - - - -
OLHARES - - - - - - - - - - -

Essa, que hoje se entrega aos meus braços escrava
olhos tontos do amor de que aos poucos me farto,
ontem... era a mulher ideal que eu procurava
que enchia a minha insónia a rondar o meu quarto...

Essa, que ao meu olhar parado e indiferente
há pouco se despiu - divinamente nua -,
já me ouviu murmurar em êxtase, fremente:
- Sou teu! ... E já me disse, a delirar: - Sou tua !

Essa, que encheu meus sonhos, meus receios vãos,
num tempo em que eram vãos meus sonhos, meus receios,
já transbordou de vida a ânsia das minhas mãos
com a beleza estonteante e morna dos seus seios !

Essa, que se vestiu... que saiu dos meus braços
e se foi... - para vir, quem sabe? uma outra vez.
- segui-a... e eu era a sombra dos seus próprios passos..
- amei-a... e eu era um louco quando a amei talvez...

Hoje, seu corpo é um livro aberto aos meus sentidos
já não guarda as surpresas de antes para mim...
(Não importa se há livros muita vez relidos
importa... é que afinal, todos eles têm fim... )

Essa, a quem julguei ter tanta afeição sincera
e hoje não enche mais a minha solidão,
simboliza a mulher que sempre a gente espera...
mas que chega, e se vai... como todas vão...



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Caricatura. Como ainda nos vêem!

Enviaram-me este vídeo (embora a língua base - legendas - seja o francês), entende-se a caricatura, mesmo sem som.

Ainda somos vistos como se não nos tivessemos descolado do início do século passado, com uma indolência generalizada como se fossemos todos, ou sequer a maioria, geneticamente indolentes, culturalmente subjugados aos princípios católicos de há cem anos, etc.

Tudo isto a propósito de um tema interessante e actual.

Fiquei sem saber se havia de rir, ou de chorar, com a forma como nos caricaturam.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Tentação


Esse profundo olhar que me toca,
Pelo meu profundo olhar é tocado.
E os teus lábios,
- - - - - - - - - - (A minha boca,
Com esse perfume molhado),
Por nada deste mundo se troca.

Teus seios, cor de perdição,
Meus,
- - - - - (de tamanho perfeito),
Tiram-me o tempo em adição,
Deixam-me sempre sem jeito.

Pois o sabor da tua boca,
Desse corpo em ebulição,
(Qual terramoto em meu peito
De prazer e tentação)
Deixam-me sempre desfeito.

Esse perfume que toca...

Esse olhar que é sedução...

O corpo que é tocado...

Os lábios na minha boca...

Olhar profundo molhado...

Ai que tentação!