domingo, 21 de dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

É Natal. Vem aí o 2009.

O ciclo do calendário está a fechar-se para 2008.

Vem aí o 2009.

Rei morto, rei posto!

O Agridoce, após algumas justificações alargadas à sua pouca produção durante o presente ano, conseguiu convencer-me que, mesmo assim, deve ter direito a umas férias natalícias, e até alargadas.

Deferidas.

Na impossibilidade de ir bater à porta de todos e todas quantos fizeram o favor de me vir visitar e para quem deixou algumas linhas (o que dá maior motivação para por aqui continuar), quero deixar uma palavra de agradecimento.

Outro, especial, para as visitas que chegam do Brasil, que estão em maioria.

Para todos deixo os meus votos de :


Postal Natal e Ano Novo 2009 - 02

Dia de Natal

Postal Natal e Ano Novo 2009
Hoje é dia de era bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

- - - - - - - - - - - - ANTÓNIO GEDEÃO - só podia ser!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Cada terra com ... seu fuso.

06-DEZ-2008 Saint Nicholas
Hoje, até o Manneken-Pis vestiu de São Nicolau!

Por estas paragens, o dia 5/6 de Dezembro está para os belgas, como o 24/25 de Dezembro está para os portugueses ou o 6 de Janeiro para os "nuestros hermanos".

O que posso dizer é que Saint Nicholas - ou Santa Claus - escolheu bem o dia, não fosse estar tempo bruxelense (brrr).

Viva o 6 de Dezembro (digo eu. "AI, COMO O TEMPO VOA"!).

A Grand Place já entrou em ambiente natalício.

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas
Cerca de uma hora antes do início do desfile, Le Père Fouettard, Nicodème ou Saint Nicodème, ou ainda o Bicho-Papão, encontrava-se a distribuir doçarias pela criançada, função oposta à que lhe está reservada nesta época.

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

06-DEZ-2008 Saint Nicholas
Em "Et qui va promener le chien".

06-DEZ-2008 Saint Nicholas

domingo, 23 de novembro de 2008

Pouca-terra, pouca-terra, pouca-terra, ...

Fotos de "Os Nossos Kimbos". Obrigado Vitor. - - - - - - - - - - - - -
Ponte Comandante Álvaro Machado - - - - - - - - - - - - - - - - -
Caminho de Ferro de Benguela - - - - - - - - - - - - - - - - - -

As ideias são como as cerejas (não é este o ditado, parece-me, mas também é verdade).

Num outro local da net, alguém me fez lembrar o C.F.B. (Caminho de Ferro de Benguela) dos anos 60 e 70.

Máquinas a vapor produzido pelo aquecimento da água através do carvão e da lenha, de que se ia abastecendo em algumas das estações (tanto da água, como do carvão e da lenha), que a viagem até ao fim da linha era longa (cerca de 1.400 Kms), também em tempo (+/- 2 dias).

Para além dos combóios de transporte de pessoas, era uma linha dedicada maioritariamente ao transporte de mercadorias, que iam e vinham desde a cidade portuária do Lobito, até à fronteira de Angola no interior, Luau, e depois ligando-se à actual República Democrática do Congo e à Zambia.

Para além de ligações de muito curta distância, fiz duas viagens de ida e volta de umas centenas de quilómetros cada, nos tais combóios de passageiros.

Não sei porquê, mas ainda continuo a pensar que as viagens que se faziam naqueles combóios que vomitavam fumo e fagulhas, e produziam um som característico no esforço de vencar quilómetros e montanhas e das apitadelas inesquecíveis quando se atravessavam povoações ou cruzamentos rodoviários, é das viagens que mais impressões nos deixam marcadas na alma.

Restaurante a bordo, em que uma das carruagens lhe era dedicada em exclusivo, camarotes em que os assentos de couro se desdobravam em camas, gentes de todas as condições, muitas horas a bordo, paisagens virgens ou de intervenção agrícola, animais selvagens no pastoreio, pontes de betão ou de ferro, rios com forte correnteza de água ou de leito seco à espera de chuvas, muitas vezes a umas dezenas de metros lá bem abaixo, ...


E como as ideias correm ao sabor das cerejas, veio à mente esta canção, bem a condizer:


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Parabéns a você

Nasceu, e foi crescendo, já lá vão 10 anos. Está um gigante!

É o laboratório permanente para outros vôos.

Sucesso no teu trabalho ISS.

TCHIM - TCHIM.

domingo, 16 de novembro de 2008

SEDUÇÃO

Não sei se são teus olhos, se só o teu olhar,
Se todo o teu corpo, se só os teus seios,
Se duas bocas molhadas com seus beijos meios,
Se teus dedos, mãos, ou o teu tocar.

Não sei que de ti me provoca o impulso,
De correr voando, só em pensamento,
De te abraçar, sempre em sofrimento,
E ficar perdido no meu mundo avulso.

Sei que para ti vôo, qual pégaso alazão,
Sei que sem cá estares, não consegues parar
De m’embriagar toldando a visão.

Formas tão perfeitas, deusa d’ilusão,
Intocável ser, a bambolear.
Uhmmm! Doce sedução.

Truz-truz! Anda por aí alguém?

Arp 273
Credit & Copyright: Adam Block, Mount Lemmon SkyCenter, University of Arizona




Ah, quantas vezes nos sonhos povoados de escuridão e pesadelos que a vida nesta Terra nos oferece, também por entre o sufoco de não sermos capazes de atingir o infinito, as estrelas, estrategicamente colocadas que nem faróis, mostram-nos, cada vez mais e de forma mais definida, os mundos que demonstram que “o Universo não é um desperdício de espaço” (Carl Sagan).

E, por entre os faróis, aparecem verdadeiras obras de arte.

Afinal, não é todo ele uma obra de arte?

Um dia, teremos que transpor a barreira que será a necessidade de interagir com seres muito mais ou muito menos desenvolvidos que nós, para o bem e para o mal.

A corrida já começou.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Soberbo blogue de fotos de Angola!

Tenho andado afastado das lides internauticas, num marasmo que me arrasta entre o pintar um ponto final, manter as reticências, ou dar vida a este cantinho.

De facto, não só a falta de tempo, mas também a de disponibilidade que a vida profissional me retira em termos de inspiração mínima, me têm deixado nas "meias-tintas".

Hoje, como faço de vez em quando, comecei a minha volta pelas minhas "Visitas Aconselhadas".

Quando bati à porta do BIMBE do Lubango, fiquei simplesmente fascinado com uma das fotos e fui visitar a fonte.

É um blogue só de fotos do quotidiano de Angola, o ANGOLA-EM-FOTOS, que já está ali ao lado, nas visitas aconselhadas.

Como é óbvio, ainda o não conhecia. Cada foto é um regalo para a vista. Na perspectiva, no tema, na definição, na luz, ...

Convido-vos a irem até lá dar uma voltinha. Isto, claro, para os poucos que ainda não conhecem aquele canto.

De lá, tirei a foto que me fez movimentar e aqui a deixo. Não sei como a vêem. A mim, hipnotizou-me.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

ANTÍPODAS

Hoje (já ontem se sentiu), a Bélgica acordou em feriado nacional.

Este 11 de Novembro é data de, pelo menos, duas efemérides que me dizem algo, pessoalmente falando, e ambas ligadas ao fim de impérios, onde Portugal também foi actor, embora de formas bem diferentes.

ARMISTÍCIO da G.G.

11 de Novembro de 1918

"Caminhos da memória"
Na I Guera Mundial, o Corpo Expedicionário Português (CEP) arrastou-se por terras das Ardenas e da Flandres, trincheiras cavadas, chuvas, frio e muitos tiros.

Em Richebourgh l’Avoué (Neuve-Chapelle - França), existe um espaço onde repousam os restos mortais de uns quantos daqueles soldados que foram dizimados pelas tropas alemãs, entre eles, os do meu avô paterno.

Cemitério aos portugueses em Richebourgh l'Avoué
Passam-se hoje 90 anos sobre o acordo (Armistício) que permitiu pôr fim aos disparos de um e outro lado, abriu caminho à declaração de paz e oficializou vencedores e vencidos, com os preços a pagar pelos últimos pela aventura de que foi o terem iniciado uma guerra que envolveu as potências de então, destruiu parte da Europa e deixou milhões de mortos no terreno.

A Bélgica, país diminuto encravado entre dois países gigantes na Europa, sofreu notoriamente com esta guerra, tal como com a II. Basta andar pelo país, seja nas cidades ou nos campos, para ver como a cada canto esse sentimento belga se expressa: monumentos, campas avulsas, cemitérios dedicados ...

INDEPENDÊNCIA



11 de Novembro de 1975


Há 33 anos, a bandeira portuguesa deixou definitivamente de flutuar no “mastro da soberania sobre Angola”, substituída por uma outra (de facto, foram três, em locais diferentes do território, mas só uma foi internacionalmente reconhecida) que marcou o nascimento de um novo país e, simultaneamente, a parte final do caminho imperial português.

Neste caso, infelizmente e ao contrário do anterior, não significou início de paz, nem acabou com disparos, bem pelo contrário.

Apeado o colonizador (antes mesmo dessa saída), a guerra civil foi queimando o país durante quase 3 décadas. Todo (ou quase todo) o esforço do país foi dedicado à guerra.

Milhares decidiram-se ou "foram induzidos" a decidirem-se pelo abandono do país. Quantas vidas perdidas, quantos recursos esbanjados. Enfim, foi o parto possível do país, por cordéis puxados mais do exterior que do interior, onde Portugal ficou muito mal na foto.

Actualmente, tudo indica que o país caminha sobre uma paz duradoura, espera-se e deseja-se que definitiva. É tempo de (re)construir. Infraestruturas e estruturas sócio-económicas, mas também de não deixar abrir feridas passadas.

Fiquei indelével e eternamente ligado aquele território. Nele aprendi a andar, a correr, a cair, a falar, a ler e escrever, fiz amizades, dei uns quantos anos da minha vida. Felizmente.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

As presidenciais nos EUA

Obrigado Pirolas - - - - - - - -
Hoje, formar-se-á o Colégio Eleitoral dos Estados Unidos, com a consequente e quase automática escolha e conhecimento do novo Presidente dos EUA para os próximos 4 anos, a começar em Janeiro de 2009.

Tudo indica que Barack Obama ganhará.

Por mim, numa atitude realista, digo que só quando o espectáculo tiver acabado e o palco desmontado direi quem ganhou a corrida.

Por mim, enquanto cidadão do mundo que espera um mundo melhor e com menor governação internacional autoritária e cega aos interesses internacionais, digo que Obama deve, deverá, deveria ganhar.

Não por ser negro.

Nos EUA, dificilmente se vê um negro americano.

Desde os tempos do Malcolm X e Luther King, existem Afro-americanos. Como, aliás, se auto-reconhecem.

Barack Obama jamais chegaria, sequer, a candidato a presidente ou chefe de governo de qualquer estado da África subsaariana.

Precisamente por não ser negro.

Mas ficará conhecido para a história, se for eleito na América, por não ser branco.

Infelizmente, este é um aspecto que ainda marca o avanço da civilização humana.

Prefiro, no entanto, evidenciar que, em minha opinião, o que trouxe Obama à ribalta política, não foi a cor da pele, mas um novo estilo de fazer política num estado míope para o mundo; a defesa de políticas mais sociais para os seus concidadãos; um discurso marcado pela positiva, mesmo quando referido à oposição ou a ideias que não apoia.

Para os EUA, para a maioria dos cidadãos americanos (penso que não será para meia América, como o republicano teclou), que também sofrem da purga de dólares dos seus bolsos que os interesses financeiros especulativos globalizantes provocaram, creio que Obama será um bom Presidente.

Não me iludo quanto à forma como vai olhar o resto do mundo (Bom seria que me enganasse), porque “os interesses” americanos não lhe vão permitir lançar mais que alguns relances de vista.

Viva Obama - para os americanos!

Daqui a 4 anos, veremos se antes, logo saberemos se devemos gritar, cá na Europa e no resto do mundo:

- Viva Obama!

sábado, 1 de novembro de 2008

Revisitando NAMUR e DINANT.


Halloween

U U U U U U U H H H H H H H H G G G G G G G !

Temos fantasma no universo




A Europa está quase rendida a esta americanice: Halloween party.

É mais um carnaval, o que é sempre bom "prá malta".

Pessoalmente, se o Carnaval nunca me entusiasmou sobremaneira mas, ainda assim, me levava a assistir aos corsos da Restinga do Lobito, essencialmente pelo espectáculo multicolor dos desfiles, este carnaval de Novembro, admito que por resistência psicológica à invasão cultural, não me atrai minimamente. Não lhe acho graça nenhuma.

Mas espero que se tenham divertido bastante e... continuem.

sábado, 25 de outubro de 2008

Bacalhau com Broa

Receita de fim de semana.

Um prato de sabores fortes mas muito agradáveis, que pede um tinto forte do Alentejo.

INGREDIENTES

Bacalhau (uma posta da parte que goste mais, demolhada)
Espinafres
Broa de milho
Azeite de boa qualidade
Alho (5 dentes)
Cebola (uma média)
Batatas
Sal q.b.
Esposa

MODO DE PREPARAÇÃO

Meta a esposa na cozinha com os ingredientes e feche a porta.

Espere duas horas e vá degustando o tinto seleccionado, com um queijo da Serra e Pão de Mafra fatiado.

Permita que a esposa tenha o prazer de o servir e de o ver comer.

Bom apetite.

sábado, 18 de outubro de 2008

Crise real

Essa crise na bolsa é pior que divórcio.

Já perdi mais de metade do meu património e a minha mulher ainda está cá em casa!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Uma flor, para ti.


Hoje, mando-te esta flor

(Electrónica, concerteza!)

Para a pores na lapela

Desse teu computador

Ou, mesmo, à tua mesa,

E sentires o calor,

Que me dás, de tão bela!

domingo, 12 de outubro de 2008

Inocência e pena de morte

Anda no ar um aroma a Outono, com a luz de um Verão fugido e o ar fresco do Inverno que espreita.

Ontem, saboreando o nevoeiro que caiu sobre Bruxelas e aqui permaneceu - logo após duas horas de sol ao iniciar o dia, resolvi meter-me em espaços fechados.

Mexendo ora nos DVDs, ora nos CDs de música, ora nas novidades informáticas, ora nos livros, e eis que duma prateleira da FNAC me saiu um de John Grisham que não fazia parte da minha colecção.

Como sabem os milhares de atentos deste blog, sou viciado na leitura de Grisham.

Hoje, com talvez o último dia de “quase Verão” por estas paragens, qual autêntico verão de S. Martinho que, talvez, não se venha a ver, resolvi, após o almoço, dirigir-me ao parque que fica aqui quase dentro do meu apartamento, o Parque do Cinquentenário, sentar-me um pouco ao sol (para que a minha pele não se esqueça do que isso é) e começar a leitura.

Não sei que antes a minha companheira inseparável dos fins de semana - a Sony Alpha - me lembrasse de que seria bom registar o sol desta tarde.

Se bem me lembrou, mais depressa vos deixo alguns instantâneos.

Aqui, uma das aves que embelezam as noites e madrugadas desta cidade, com o seu cantar, tão melodioso.
Penso que é uma pêga. Será?



De um e outro lado do Arco, no Parque, há um mundo de gente a apanhar sol...



... enquanto outros se divertem.


O livro - “The innocent man” (O inocente), cuja leitura ainda está no começo, promete.

O tema é desenvolvido a partir de episódios da vida real de dois amigos condenados à morte, com uns quantos anos passados no corredor da morte.

O título do livro indica o erro que foi a condenação.

Pelas primeiras páginas do livro, o romance promete demonstrar como o princípio da inocência e como a pena de morte, em certos Estados dos E.U.A. defendida como a medida justa para certos crimes, são muitas vezes ilusões e permitem que erros na justiça aconteçam no “país de liberdade(s)” e que levem inocentes a pagar com a vida ou, pelo menos, e com muita sorte, anos de retiro forçado da vida em sociedade.

(Quando da outra vida deste blogue, dediquei um post a este tema, quando se debatia um dos casos semelhantes a este numa Organização Internacional que se dedica a esta causa.)

Nas notas ao livro, o autor descreve como, numa sequência infeliz para alguém, se pode apanhar em turbilhão com agentes de polícia criminal, promotores, advogados de defesa e de acusão e, até, de juízes que se deixam enredar no formalismo de convicções acumuladas em erros que se cometem em catadupa.

O que se passará nos outros países deste mundo em que vivemos, mesmo naqueles onde não há pena de morte?!

Promete.

Vou até ali ao lado continuar a leitura.

Inté.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A minha primeira homenagem de hoje ...

... vai para uma das vozes que, na minha opinião, melhor representaram os doces sons franceses daqueles tempos, em que a música não punha à prova a resistência dos nossos ouvidos que começavam a despertar para os sentidos - Jacques Brel.
Não um ano, não dois, não dez, nem vinte, mas já há trinta anos que só o ouvimos pela memória que nos deixou.





LA VALSE À MILLE TEMPS
paroles et musique: Jacques Brel

Au premier temps de la valse
Toute seule tu souris déjà
Au premier temps de la valse
Je suis seul mais je t'aperçois
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Me murmure, murmure tout bas:

REFRAIN:
Une valse à trois temps
Qui s'offre encore le temps
Qui s'offre encore le temps
De s'offrir des détours
Du côté de l'amour
Comme c'est charmant
Une valse à quatre temps
C'est beaucoup moins dansant
C'est beaucoup moins dansant
Mais tout aussi charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à quatre temps
Une valse à vingt ans
C'est beaucoup plus troublant
C'est beaucoup plus troublant
Mais beaucoup plus charmant
Qu'une valse à trois temps
Une valse à vingt ans
Une valse à cent temps
Une valse à cent temps
Une valse ça s'entend
À chaque carrefour
Dans Paris que l'amour
Rafraîchit au printemps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse a mis le temps
De patienter vingt ans
Pour que tu aies vingt ans
Et pour que j'aie vingt ans
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Une valse à mille temps
Offre seule aux amants
Trois cent trente-trois fois le temps
De bâtir un roman

Au deuxième temps de la valse
On est deux tu es dans mes bras
Au deuxième temps de la valse
Nous comptons tous les deux «une, deux, trois»
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Nous fredonne, fredonne déjà:

REFRAIN

Au troisième temps de la valse
Nous valsons enfin tous les trois
Au troisième temps de la valse
Il y a toi, y a l'amour et y a moi
Et Paris qui bat la mesure
Paris qui mesure notre émoi
Et Paris qui bat la mesure
Laisse enfin éclater sa joie:

REFRAIN

A outra homenagem...

... como não podia deixar de ser, hoje, vai para o CHE.

Lembro-me, vagamente, dos primeiros tempos que ele começou a nascer como mito.

Depois, do dia em começaram a correr boatos sobre a sua morte, primeiro fruto de inabilidade em campo de guerra e, por isso, acuado até à morte como se fosse um reles soldado fugitivo; depois como tendo sido "apunhalado" por balas do seu maior amigo político da Ilha de Cuba, e, mais tarde, as diversas provas de que outras ordens, de outros azimutes, sob a defesa de interesses geo-estratégicos, encomendaram esforços militares incomensuravelmente superiores à possibilidade de defesa ou fuga, até à vergonha, ou aos receios, de dar a conhecer o seu cadáver, daqueles que tinham sido incumbidos de o caçar até à morte.

Mesmo sem ter grandes inclinações para a política que defendia e pretendia alargar para diversas partes do mundo, não posso deixar de me vergar pela memória do guerrilheiro revolucionário desprendido, convicto de que lutava por ideias nobres e alcansáveis e praticáveis, que marcou gerações.

Pelo nosso mundo, durante muito tempo se ouvirá dizer:




Comandante Che Guevara

Aprendimos a quererte
desde la histórica altura
donde el sol de tu bravura
le puso cerco a la muerte

Aquí se queda la clara
la entrañable transparencia
de tu querida presencia
comandante CHE GUEVARA

Tu mano gloriosa y fuerte
sobre la historia dispara
cuando todo Santa Clara
se despierta para verte

Aquí se queda la clara
la entrañable transparencia
de tu querida presencia
comandante CHE GUEVARA

Vienes quemando la brisa
con soles de primavera
para plantar la bandera
con la luz de tu sonrisa

Aquí se queda la clara
la entrañable transparencia
de tu querida presencia
comandante CHE GUEVARA

Tu amor revolucionario
Te conduce a nueva empresa
Donde espera la firmeza
De tu brazo libertario

Aquí se queda la clara
la entrañable transparencia
de tu querida presencia
comandante CHE GUEVARA

Seguiremos adelante
Como junto a tí seguimos,
Y con Fidel te decimos:
Hasta siempre COMANDANTE.

domingo, 28 de setembro de 2008

A caminho

"Sob o peso de uma vida inteira" - -
Óleo sobre tela - - - - - - - -
Agá-Éfe-Cê - - -- - - - -

Canção de primavera

Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.

Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.

Eu, invernos e outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio...
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.

Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.

Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar...
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?


- - - - - - - - - - - - José Régio

sábado, 27 de setembro de 2008

Dois - zero


Foi visto a sair, do Estádio da Luz, este bichano, vermelho de raiva, a dar dois saltinhos em vez de passadas.

Durante uma semana, por favor, não se aproximem do bicho.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Tostões virtuais

(Recebido por e-mail sem autor)

Diz-se que o colapso da "economia financeira" americana vai levar a uma crise global e total da "economia real".


Mas... ainda existe economia real?


É que eu já só vejo cifrões virtuais para onde quer que deite o meu olhar às economias!
- - - -

domingo, 21 de setembro de 2008

É tempo de reiniciar!

"Aurora marciana" - - - - - - - - - - - -
Acrílico sobre tela, 30 x 24 - - - - - - - - - - -
Agá-Éfe-Cê - - - - - - - -- - - - -
Temos a Primavera, temos o Verão e temos os dias meios ensolarados, com o ar do Norte a invadir as nossas almas, logo hoje que é "dia verde europeu", o dia em que a hipocrisia dos automobilistas que poluem as estradas do dia a dia se resolvem a dar um ar de ciclistas... e a chuva virá para retirar-nos dos espaços abertos.

E temos uma "montanha de visitas" a cansarem-se de ver Hasselt a correr sempre em primeira aparição.

É tempo de regressar ao interior e recomeçar a ocupar os fins de semana com o que as teclas nos permitirem.

É tempo de reiniciar, sem pressas nem pressões.

domingo, 24 de agosto de 2008

Escapadinha a Hasselt - BE

Toda a manhã de domingo e parte da tarde circulando por HASSELT, pequena cidade na Bélgica, ainda por cima com habitual déficit de sol.

Parecia uma cidade fantasma, embora sendo uma povoação agradável à vista.

Quase não se via vivalma, tirando uma meia dúzia de turistas (de dentro e de fora) encostados às mesas de esplanadas.

À volta do centro da cidade, bairros habitacionais de vivendas, quase nenhuma com muros a marcar o terreno e a isolar o espaço exterior (o que também não é excepcional nas cidades desta Bélgica).

Duas igrejas com conjuntos de vitrais dos mais bonitos que por cá vi.

Até daqui a uns dias.


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

No comments.

Dilbert.com

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Férias e verão que... vale a pena ver.

É tempo de Férias e de Verão e de Descanso e de Alegrias.

Vão-se divertindo pelos Açores. Não esqueçam de aumentar o som, porque a montagem das imagens e som está espectacular.



Inté... lá para o próximo post.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Olhares sobre Oostende - BE

Especial para o Paulo e Joana. Eurico, se apareceres por aqui, também é para ti.

Alguns olhares sobre Oostende (NL) ou Ostende (FR e DE) ou, ainda, Ostend (EN). (Oost = "Est". End = "end". NL/EN).

Cidade de praias banhadas pelas águas do Mar do Norte.




Os meus comentários estão nas fotos. No more comments.

Inté.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Amor é tudo o que tenho para te dar

S Ú P L I C A


Amor! Amor é tudo o que te peço.
Amor! Tenho ainda muito amor para te dar.
Olho para ti, ao longe, e me enterneço,
Só de sentir teus olhos ao me afagar.

Amor! Como o tempo se nos esvai,
Por entre abraços e cansaços não realizados,
Beijos, amor e tudo o mais que sem um ai,
Por tanta distância são tão-só imaginados.

Nessa tua alma, a minha, que bem conheço,
Abraço-te, afago-te e penetro
Um olhar tão fundo, tão profundo.

Porque não sais, nem estás neste meu mundo,
Porque me deixas viver tão inquieto?
Amor! Amor é tudo quanto te peço.

sábado, 5 de julho de 2008

Crónica sem nexo, nem ... ( I )


Ao sabor da pena.

Dois a três dias em que a chuva deu poucos intervalos ao sol, nem tantos à trovoada, previa-se um fim de semana latino, mesmo africano.

Da temperatura, não me posso queixar.

Do sábado, é melhor esquecer a previsão, esperando que o domingo venha, e chegue mais à Verão.

Entre andar de carro à chuva e a gastar combustível que no depósito se mete em formato de pepitas de ouro, não tarda, terá que ser em pedras brilhantes, ou entrar entre paredes dum qualquer centro comercial, resolvi vir até estas paredes.

E dei por mim a pensar em:


I - JUROS

EU JURO que fico estupefacto, quando leio notícias de que os portugueses não vão sentir a subida da taxa de juros de referência para a zona euro, que o BCE resolve subir, de vez em quando, porque os bancos portugueses já anteciparam e incorporaram essa subida.

Mas que raio!

Eu, que pensava que aquilo é uma taxa de referência do Banco Central Europeu, com todo o seu poder, dou por mim a concluir que devem ser os bancos portugueses que lhe dão a referência e ele apenas os segue, não sei após quanto tempo, nem por quanto tempo.

Há quanto e para quanto tempo será, que os nossos bancos já têm as taxas adaptadas?

Algum bancário me sabe dizer? :))


II - PORTUGUÊS

Soube-se que, por parte do Estado Português, existe um Projecto de promoção da língua portuguesa no exterior.

Aposta-se no ensino e na defesa do português como língua internacional de trabalho.

URRRRAAAA!!!!

Por coincidência, esta semana, durante a reunião de um Comité, algumas línguas não tiveram tradução (não foi situação excepcional).

Eis senão quando, tendo sido dada a palavra ao delegado da Bulgária, novo Estado Membro, quando toda a gente esperava ouvir o francês ou inglês, admirem-se, ele resolve falar em português (com alguns "tragos" de brazuka).

Do princípio ao fim. Todas as intervenções que teve.

Ia-me caindo... o queixo.

Olhei à volta, e reparo que a admiração era generalizada.

Claro que assim que a reunião acabou me dirigi a ele a dar-lhe os parabéns e a agradecer ter eleito a minha língua nacional como a sua língua de trabalho (eu, naquelas reuniões, não a posso utilizar!!), quando alguns Tugas, mesmo tendo garantido o serviço de dupla tradução, resolvem dar um ar da sua ignorância e pequenez e falam em inglês ou francês. Enfim...

E maior foi a minha admiração quando reparei que havia uma série de malta à espera que eu acabasse, para também lhe dar os parabéns.

Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, o sucesso do projecto está garantido, garanto-lhe :)))).

UUURRRRRRAAAA!!

Somos só 200 milhões de falantes no mundo!

Porque não "forçar a barra" e mostrar a todo o mundo como é linda esta língua que é a nossa pátria.

URRAAAA!




Crónica sem nexo, nem ... ( II )


Ao sabor da pena.


III – Nos Caminhos de África. Serventia e Posse. Angola Século XIX.

Depois, virei-me para o outro lado, e peguei no livro que já ando a ler - nos intervalos - desde há uns tempos, e que um amigo de infância me fez chegar às mãos.

Livro que me tem dado algum prazer na leitura, mesmo sendo um bocado monótona.

A autora (Maria Emília Madeira Santos, publicação do Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa - 1998) tem-me dado a conhecer como se desenrolou o processo de descoberta do território e se desenvolveram os laços de comércio, do litoral ao mais interior do sertão, quais as "mercadorias" de então e como a sua comercialização já era um hábito nas gentes do interior antes dos europeus lá chegarem, em como para além dos povos da actual Angola, outros povos, africanos e europeus, também por lá se dedicavam ao comércio dos mesmos produtos, das dificuldades e desaires que foram acontecendo por aqueles cantinhos de Angola, ..., como se foi moldando e construindo aquele país de hoje.

Vou, à medida que avanço (ainda só vou em cerca de um quarto do livro, talvez um pouco menos - é grandinho), dando conta da minha ignorância e de como aquela pequena parte da história de Angola que fui obrigado a estudar (estou aqui a exagerar um pouco, porque já li e leio muito mais coisas da história de Angola), embora tendo relatado factos verdadeiros, estava tão longe de abarcar a realidade.

Como gostava de ter tempo disponível para ler muito mais e muito mais rápido!
Vou passar os olhos por mais umas quantas páginas.
Deixo-vos com um pequeno aperitivo do livro.
Se há uma coisa que também gosto, é de ver fotos antigas. Espero que gostem, também. (Para aumentarem as fotos e lerem as legendas, cliquem sobre as mesmas).






Inté.