quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Natal de 2007

Como sempre, nesta vida linear que levamos, a roda do tempo mostra-nos que, ao fim de 12 meses, se fecha um ciclo e outro se abre.

Mais uma vez, é Natal.

Mais uma vez, vem aí o passar do ano, finda 2007 e 2008 cairá nas nossas cabeças.

Mais uma vez, vamos mudar de calendário.

Sabendo que é um período já totalmente absorvido pelo comércio, como forma de nos absorver algumas poupanças, até mesmo aquelas que muitos não conseguiram fazer, ainda mantenho algum do espírito de magia que me invadia quando estava na idade de acreditar no menino Jesus, no Pai Natal, na descida de prendas pela chaminé, etc, e naquele espírito que se espalha e faz com que as pessoas riam e sorriam frente a situações que as faziam barafustar meia dúzia de dias antes, que retira azias com facilidade.

Consomem-se quantidades industriais de brinquedos prontos a usar e deitar fora.

Paciência, são os ventos do tempo.

Deixo-vos um Pai Natal com um trenó puxado por rápidas renas, e carregado de votos de umas Boas Festas para todos os visitantes e comentadores deste blogue.

Que ele chegue a todos os cantos do mundo que têm cá chegado.

Até 2008.

The clock is ticking

AQUI se falou do "Tratado Europeu de Lisboa" que hoje, com as assinaturas e pompa e circunstância, teve a concordância dos Chefes de Estado e de Governo dos Estados membros, entrou numa nova etapa.

Passou a "projecto", definitivamente.

O relógio só hoje, realmente, começa a contar os segundos, em contagem decrescente.

Dentro de pouco tempo (considerando o relógio dos povos e nações, e não os de cada um dos homens que os compõem) veremos como foi liderado este processo, não apenas pelo Estado que exerceu a presidência no período desta cerimónia de hoje, mas por todos, pois esta é uma tarefa que a todos os políticos a exercer o poder deve ser assacada.

Veremos se no fim haverá novamente espectáculo pirotécnico e borlas em museus e festarola, ou se vamos assisitir ao esvaziar de um balão de ar quente, mal aquecido.

SENSAÇÃO

Hoje, soube-me a pouco!...

Não o sexo,
Que esse é louco,
E, por vezes, tão complexo,
Que o pouco,
Com algum jeito,
Passa a ser muito,
Quando em cada segundinho,
Se suga tudo a preceito.
Derme, epiderme e suor - OLHARES - - -

Mas o tempo.
Que ligado à sensação,
De prazer em catadupa,
Me deixou embriagado,
À procura da noção,
De uma hora tão abrupta,
Que eu fiquei esmagado,
Do pouco,
Que me soube esse complexo
Momento de atenção.

Não do tempo,
Não do sexo.
Mas do momento
Que passei e lá estive,
Colado a todas as células,
Trocando de entendimento,
Os fluidos do nosso amor,
Em troca...
Do que se vive.

Não foi o momento,
Não foi o sexo,
Não foi o tempo,
Que é complexo,
E voa como as libélulas,
Tal como o nosso amor,
Perpassa todas as células,
E se transforma em calor.

Mas a sensação,
De toda aquela sensação,
Que deixa qualquer Ser louco,
Por ser tanto em tão pouco.

E, no entanto...

Pareceu-me...
(Talvez sem qualquer razão)
Que tu estavas deserta,
Oásis na primavera,
Que sacia toda a sede,
No meio do areal.
E se transforma em quimera
No horizonte que vejo,
Ondulando todo o corpo,
Sem nunca poder parar,
De arredondada galera,
Que me aumenta o desejo,
Sem contudo o saciar.

Daí esta sensação,
De um sentimento louco,
Que me sabe a tão pouco.
Sem que me possa queixar!

Dás atenção ?
Talvez!!
Mas quero mais, muito mais,
Para que a minha vida tenha nexo,
Nem que grite até ser rouco,
Me desfaleça no sexo,
Hei-de ter mais, muito mais,
No tempo,
Em cada momento,
De sentimento complexo,
De troca de fluidos de amor.
Para que esta sensação,
Deixe de saber a pouco.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Cimeira União Europeia-África em Lisboa


Tervuren - BE
Hoje foi dia de encerramento da Cimeira Europa-África.

Sendo um evento da União Europeia (será que já e ainda existe?), Lisboa e Portugal ficam-lhe ligados.

Ainda é cedo para se saber a totalidade dos seus resultados mas, do que transbordou, tudo indica que terá um balanço positivo.

Parece que começam a soprar os ventos de fim às desculpas pelo estado em que se encontram muitos dos países africanos por terem sido colonizados, por tudo quanto aconteceu em quinhentos anos e, também, pelo que continua a acontecer naquele continente, passado que é "meio século" sobre os processos de descolonização.

Como se a história mundial deixasse muito espaço a povos que não tenham sofrido, de uma ou outra forma, por mais ou menos tempo, invasões, saques, colonizações, aculturações, … e isso tivesse que servir de desculpa para os seus governantes nada fazerem pelos seus países. Ou até como se isso não tivesse sido o caldo que moldou e tem moldado o mundo como o conhecemos, para o bem e para o mal, pois claro. Humanos !

Esperemos que o complexo de inferioridade dos países colonizadores também sejam apanhados por esses ventos de mudança!

Afinal, há povos e países ditos colonizadores com recursos naturais bem mais escassos que os dos ditos colonizados e que continuam, à conta desses complexos, a portarem-se como uma entidade de misericórdia, quando é certo que esses recursos naturais são explorados, por técnicas ultrapassadas, mas cada vez mais por meios de última geração, e permitem a "meia dúzia de colonizados" ligados ao poder viverem e terem riquezas incalculáveis espalhadas pelos quatro cantos do mundo, incluindo no seu próprio canto, deixando os seus no maior índice de sub-desenvolvimento que é possível imaginar.

Sabemos que há efeitos que os povos não conseguem apagar em pouco tempo. Muitos deles hão-de perdurar por muito mais tempo. Muitos outros, seria bom que se mantivessem e se melhorassem no futuro.

Será que não é chegado o momento de Portugal, do Estado Português, fazer alguma coisa quanto àqueles que por esses terrritórios, onde defenderam a bandeira portuguesa, ora trabalhando no sector privado, ora no público, na vida civil ou dando o "corpo fardado ao manifesto", ao longo de gerações, ajudaram ou foram mesmo a principal mola impulsionadora do desenvolvimento sócio-económico a que os mesmos chegaram ?

Não falo daqueles que apenas lá investiram sem lá colocarem um pé, controlando à distância, do continente europeu, os lucros que retiravam disso, mas dos outros.

Que é feito dos processos de indemnização que foram accionados contra o Estado português por estes portugueses que tudo perderam, incluino, muitas deles, vidas de familiares?

Não será tempo de o Estado português se entender com os seus cidadãos, independentemente do entendimento que tiver com os Estados dos seus ex-territórios ?

É tempo de se começar a fazer justiça aos cidadãos que tudo perderam por um processo mal conduzido. E muitas portas já foram deixadas abertas ao Estado para que se chegue a bom termo.

Esperemos que os ventos de mudança cheguem aos Estados colonizadores e colonizados.

Mas, como foi afirmado nesta cimeira, mudar a página não significará esquecer.

Para todos os lados, espera-se.