sábado, 5 de julho de 2008

Crónica sem nexo, nem ... ( I )


Ao sabor da pena.

Dois a três dias em que a chuva deu poucos intervalos ao sol, nem tantos à trovoada, previa-se um fim de semana latino, mesmo africano.

Da temperatura, não me posso queixar.

Do sábado, é melhor esquecer a previsão, esperando que o domingo venha, e chegue mais à Verão.

Entre andar de carro à chuva e a gastar combustível que no depósito se mete em formato de pepitas de ouro, não tarda, terá que ser em pedras brilhantes, ou entrar entre paredes dum qualquer centro comercial, resolvi vir até estas paredes.

E dei por mim a pensar em:


I - JUROS

EU JURO que fico estupefacto, quando leio notícias de que os portugueses não vão sentir a subida da taxa de juros de referência para a zona euro, que o BCE resolve subir, de vez em quando, porque os bancos portugueses já anteciparam e incorporaram essa subida.

Mas que raio!

Eu, que pensava que aquilo é uma taxa de referência do Banco Central Europeu, com todo o seu poder, dou por mim a concluir que devem ser os bancos portugueses que lhe dão a referência e ele apenas os segue, não sei após quanto tempo, nem por quanto tempo.

Há quanto e para quanto tempo será, que os nossos bancos já têm as taxas adaptadas?

Algum bancário me sabe dizer? :))


II - PORTUGUÊS

Soube-se que, por parte do Estado Português, existe um Projecto de promoção da língua portuguesa no exterior.

Aposta-se no ensino e na defesa do português como língua internacional de trabalho.

URRRRAAAA!!!!

Por coincidência, esta semana, durante a reunião de um Comité, algumas línguas não tiveram tradução (não foi situação excepcional).

Eis senão quando, tendo sido dada a palavra ao delegado da Bulgária, novo Estado Membro, quando toda a gente esperava ouvir o francês ou inglês, admirem-se, ele resolve falar em português (com alguns "tragos" de brazuka).

Do princípio ao fim. Todas as intervenções que teve.

Ia-me caindo... o queixo.

Olhei à volta, e reparo que a admiração era generalizada.

Claro que assim que a reunião acabou me dirigi a ele a dar-lhe os parabéns e a agradecer ter eleito a minha língua nacional como a sua língua de trabalho (eu, naquelas reuniões, não a posso utilizar!!), quando alguns Tugas, mesmo tendo garantido o serviço de dupla tradução, resolvem dar um ar da sua ignorância e pequenez e falam em inglês ou francês. Enfim...

E maior foi a minha admiração quando reparei que havia uma série de malta à espera que eu acabasse, para também lhe dar os parabéns.

Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, o sucesso do projecto está garantido, garanto-lhe :)))).

UUURRRRRRAAAA!!

Somos só 200 milhões de falantes no mundo!

Porque não "forçar a barra" e mostrar a todo o mundo como é linda esta língua que é a nossa pátria.

URRAAAA!




Crónica sem nexo, nem ... ( II )


Ao sabor da pena.


III – Nos Caminhos de África. Serventia e Posse. Angola Século XIX.

Depois, virei-me para o outro lado, e peguei no livro que já ando a ler - nos intervalos - desde há uns tempos, e que um amigo de infância me fez chegar às mãos.

Livro que me tem dado algum prazer na leitura, mesmo sendo um bocado monótona.

A autora (Maria Emília Madeira Santos, publicação do Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa - 1998) tem-me dado a conhecer como se desenrolou o processo de descoberta do território e se desenvolveram os laços de comércio, do litoral ao mais interior do sertão, quais as "mercadorias" de então e como a sua comercialização já era um hábito nas gentes do interior antes dos europeus lá chegarem, em como para além dos povos da actual Angola, outros povos, africanos e europeus, também por lá se dedicavam ao comércio dos mesmos produtos, das dificuldades e desaires que foram acontecendo por aqueles cantinhos de Angola, ..., como se foi moldando e construindo aquele país de hoje.

Vou, à medida que avanço (ainda só vou em cerca de um quarto do livro, talvez um pouco menos - é grandinho), dando conta da minha ignorância e de como aquela pequena parte da história de Angola que fui obrigado a estudar (estou aqui a exagerar um pouco, porque já li e leio muito mais coisas da história de Angola), embora tendo relatado factos verdadeiros, estava tão longe de abarcar a realidade.

Como gostava de ter tempo disponível para ler muito mais e muito mais rápido!
Vou passar os olhos por mais umas quantas páginas.
Deixo-vos com um pequeno aperitivo do livro.
Se há uma coisa que também gosto, é de ver fotos antigas. Espero que gostem, também. (Para aumentarem as fotos e lerem as legendas, cliquem sobre as mesmas).






Inté.





quarta-feira, 2 de julho de 2008

Revisão da CRP, precisa-se.


Temos à porta a "silly season".

Esta, que antecede os períodos eleitorais em catadupa que se aproximam, a bem dizer, ainda não começou, mas parece termos já os motores políticos a lançarem-se em aquecimento das gargantas, próprio dos momentos da "rentrée".

Lá vem o bombardeamento, de tudo quanto é lado, menos um, da crítica de que tudo o que foi e não foi feito pelo governo, e as promessas sem fim, de todos, que para boa tradição partidária é para esquecer e começar a desdizer logo no primeiro discurso após saberem que foram os mais votados, dos que vão prometer o céu sem tecto e sem fim e fazê-lo desabar antes de o começarem a erguer.

Começa a ser fastidioso todo este filme repetido periodicamente até à exaustão.

Tirem-nos este aquecimento global de políticas ditas e não cumpridas, que acontecem com tanta assiduidade.

Como, por um lado, continuo a defender a democracia, o “menos pior” sistema de todos os que se conhecem, e por outro lado, não me parece que o país tenha dimensão geográfica e humana para passar ao presidencialismo, deveria ser tempo de encontrar uma forma de dar mais estabilidade e maior profundidade às opções políticas dos partidos que se propõem ser governo neste nosso jardim à beira-mar plantado. Não pensarem tanto no imediato.

É tempo de, mantendo os mandatos presidenciais tal como estão, alterar os regimes do Governo e da Assembleia da República.

Quanto ao Governo, o Primeiro-Ministro deveria sair, como agora, da nomeação pelo PR, tendo em conta os resultados eleitorais e ouvidos os partidos representados na AR, mas com um mandato único, de até 9 anos.

Tempo suficiente para não andar a trabalhar para as eleições que se aproximam, mas para o país.

Quanto à AR, deveria haver eleições gerais a cada 9 anos e eleições intercalares para renovação de 1/3 dos deputados aos 3º e 6º anos.

Se houver governação que não agrade ao povo, o governo começa a sofrer da erosão do partido que o suporta e o 1º Ministro corre o risco de ter que se demitir e/ou ser corrido definitivamente.

E esta renovação parlamentar também pode permitir a melhoria da qualidade dos representantes do povo.

Reveja-se a Constituição da República Portuguesa! JÁ.

Perguntas a inocentes:

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À Maddie, a todas as Maddies do mundo,
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- afinal, existem criminosos perfeitos?
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- e conseguirão continuar a dormir e viver descansados?
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