quinta-feira, 3 de junho de 2010

De mudança.


O AGRIDOCE passou-se, a partir de hoje (03.06.2010), para o
 UMTUGANATUGA.

Bem-vindos (ou melhor, bem-idos) ao meu novo canto.


Este post tem estado a ser utilizado como alavanca para outras paragens blogáticas, apesar de eu ter indicado que o blogue BELGIUMTUGADOIS já não está activo.
A partir de hoje, deixará de poder ser utilizado para esse efeito.
Quem quiser ver a publicidade às suas páginas, terá que utilizar o meu novo blogue UMTUGANATUGA . (sujeitos a moderação). 

quinta-feira, 4 de março de 2010

“TA PANTA REI”

Tudo flui.

Tudo flui como um rio. E nele é impossível estar-se duas vezes no mesmo local no mesmo estado, assim pensava Heráclito (o de Éfeso), e eu estou com ele.

É tempo de mudança.

O rio que é a minha vida já viu passar por ele águas diversas e em diversos estados: umas tranquilas, aparentemente paradas; outras fluindo numa doce marcha; e outras revoltas, ameaçadoras de fim de viagem. Umas tantas cristalinas. Mas também as teve bastante opacas, quer porque a lama as contaminou, quer porque desceram ao fundo, onde a luz não chega. Passou por óptimas margens que o marcaram e marcarão até ao fim, por outras que nem com muito esforço delas se recordará, e também por aquelas em que faz esforço, em vão, para as não recordar. Enfim, como acontece com tantos outros rios que correm por aqui, ali, além.

Este blogue, que me ajudou a atravessar um leito de 8 anos de rio belga (de facto, renasceu por duas vezes, uma delas, a última, a partir do zero) - nem sempre com o caudal mais adequado, se já de há uns tempos anda por margens demasiado tranquilas, a partir de agora não faz sentido continuar a correr, sequer.

É tempo de mudança.

Talvez reapareça após o meu regresso definitivo a Portugal, com outras roupagens, outro nome, dentro de 2 ou 3 meses, pois tenho que recomeçar nova vida de readaptação às margens de um rio que já naveguei e que o tempo terá moldado.

O Agridoce seguirá viagem com o BELGIUMTUGADOIS, que aqui fica com todo o seu conteúdo em estado vivo, ou simplesmente adormecido. Não o vou apagar. Enquanto a entidade que administra este espaço assim o entender, ele por aqui manterá as suas portas abertas.

Nele deixei mais imagens que palavras. Com aquelas tentei deixar registados espaços por onde andei, mostrá-los a quem por eles passou, ou não. Com estas, expressar alguns estados de espírito, poéticos ou totalmente opostos. Não consegui evitar aquilo que me tinha auto-proposto não fazer, e que era não entrar nos comentários políticos, mesmo que só ao de leve.

Foi bom contar com algumas participações, foi óptimo (re)fazer algumas amizades, foi consolador saber que de todos os cantos do mundo - com incidência para Portugal e Brasil - alguns olhos o vieram espreitar.

É tempo de mudança.

A minha mala já está pronta e a aguardar que lhe deite a mão.

A foz – a foz deste meu rio – está já ali. Não sei se vou deixar um afluente ou se é o mar que me espera. Até lá.

TUDO FLUI.

TA PANTA REI.


(Deixo AQUI as minhas REMADAS em fotos)
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O pensador ataca de novo.




Fotografar é dar vida a uma realidade que passa a ficar congelada no tempo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mais uns olhares de saída. Bruxelas - BE.

Para verem as minhas notas a cada foto (local, etc), façam clique sobre as fotos e, depois de lá estarem, basta passar o rato sobre as mesmas.


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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Filosofia popular

ANTÓNIO Fernandes ALEIXO nasceu em Vila Real de Santo António a 18 de Fevereiro de 1899. Faria hoje, portanto, 111 anos, número bonito para lhe dedicar a minha homenagem.

Com uma ironia poética acutilante, sabia ir beber à sua humilde vida ideias cheias de conteúdo crítico em estrofes de apenas 4 versos.

Admiro este génio algarvio. Por isso aqui ficam algumas das suas obras de arte. Comecemos por um soneto e vamos admirando as quadras, depois.

Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso ...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.


Quadras soltas

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Vinho que vai p'ra vinagre,
Não retrocede o caminho.
Só por obra de milagre,
Volta de novo a ser vinho.

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'Stá na mão de toda a gente
A felicidade, vê lá!...
E o homem só 'stá contente
No lugar onde não está.

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Não há nenhum milionário
Que seja feliz como eu:
Tenho como secretário
Um professor do liceu.

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De vender a sorte grande,
Confesso, não tenho pena;
Quer a roda ande ou desande,
Eu tenho sempre a pequena.

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Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que, sem parecer o que são,
São aquilo que eu pareço.

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És feliz, vives na alta
E eu de ratos como a cobra.
Porquê? Porque tens de sobra
O pão que a tantos faz falta.

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Quem nada tem, nada come;
E ao pé de quem tem comer,
Se disser que tem fome,
Comete um crime, sem querer.

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Eu não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.

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P'ra a mentira ser segura
E atingir profundidade,
Tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.

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Que importa perder a vida
Em luta contra a traição,
Se a razão, mesmo vencida,
Não deixa de ser Razão.

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Embora os meus olhos sejam
Os mais pequenos do Mundo,
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.

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Uma mosca sem valor
Poisa c’o a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria.

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Fui polícia, fui soldado,
Estive fora da nação;
Vendo jogo, guardo gado,
Só me falta ser ladrão.

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Co'o mundo pouco te importas
Porque julgas ver direito.
Como há-de ver coisas tortas
Quem só vê o seu proveito?

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À guerra não ligues meia,
Porque alguns grandes da terra,
Vendo a guerra em terra alheia,
Não querem que acabe a guerra.

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Não é só na grande terra
Que os poetas cantam bem:
Os rouxinóis são da serra
E cantam como ninguém.

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Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista...
Ver as coisas mais além
Do que alcança a nossa vista!

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Nunca gostei de mentir,
Mas faço bem quando minto,
Fazendo a outros sentir
Esp'ranças que já não sinto.

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Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.

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O mundo só pode ser
Melhor que até aqui,
Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!

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Até nas quadras que faço
Aos podres que o mundo tem,
Sinto que sou um pedaço
Do mesmo podre também.


António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

domingo, 14 de fevereiro de 2010

São Valentim

Pelo dia que é.
Pelos dias que foram.
Pelos que ainda se hão-de passar.
Dia lindo como as flores, que é, que foi, que será sempre para namorar.


Que todos os dias do ano sejam de São Valentim.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

De pensador



A internet é um meio que serve para mais rapidamente tirar dúvidas a muitos e para aumentar a ignorância a poucos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A contra-ciclo


Nestes dias mais conturbados para o bolso da maioria dos portugueses, têm-se ouvido vozes a pedir, ou até mesmo a auto-flagelarem-se, para os ministros reduzir os seus vencimentos mensais, e até na A. R. se pediu para que se corte o 13º mês - o paga-férias.

A contra-ciclo peço, Sr. 1º Ministro, Sr. Ministro das Finanças, NÃO SÓ NÃO REDUZAM, ANTES AUMENTEM OS VOSSOS VENCIMENTOS.

Atenção, não se entusiasmem, ou não me chamem louco. Eu não estou a pedir para passarem a receber mais do que já recebem actualmente.

O que eu peço é mais transparência e moralização.

Avaliem quanto cada cargo público recebe por mês … além do vencimento.

Em telefones fixos e móveis; viaturas com motoristas; cartões de crédito; deslocações permanentes que eram implícitas antes de aceitarem o cargo, quantas vezes objecto de manobras de abuso de lei, etc. e, depois de tudo isso, tornem públicos esses valores e insiram-nos nos vencimentos de cada um dos cargos. Passem a pagar IRS e demais descontos legais sobre os mesmos, de forma transparente, sem criarem nem deixarem que criem artificialismos para mais fugas. Tudo o que se receber com periodicidade mensal devido às funções, passa a ser rendimento de trabalho.

A seguir, façam o mesmo nas restantes instituições públicas, incluindo as empresas públicas.

Após todo o sector público estar moralizado e com moral para exigir, estendam o regime ao sector privado, começando pelas empresas financeiras.

Querem ir para o trabalho e regressar a casa em carro com motorista? Porque não?

Querem viver com telefone colado ao ouvido? Porque não?

Querem ter um bom almoço e até alargado com outras pessoas? Porque não?

Mas paguem do vosso bolso, do vosso vencimento.

Passeiem-se com o povo, para não andarem com os pés no ar e a cabeça não sei onde.

Se é assim com a generalidade dos trabalhadores, porque é que os ministros, os secretários de estado, os directores-gerais, os membros dos gabinetes, os gestores públicos e os administradores privados o não podem e devem fazer? Adaptem-se os vencimentos, apliquem-se as taxas de IRS respectivas e de outros descontos legais, e façam do vosso dinheiro o que quiserem, aliás, como a generalidade dos trabalhadores o faz.

Para as tarefas "oficialmente oficiais", haja um serviço de gestão (devidamente escrutinado) de viaturas e de motoristas especificamente para esses fins. Sempre serão necessárias menos viaturas e menos motoristas e menos horas extraordinárias e menos gastos públicos.

O país está em crise, temos que apertar o cinto, moralize-se a vida do país. Mas de cima a baixo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Flashes algarvios - PT

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Marina de Vilamoura - Algarve, PT

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Algarve, PT

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Costa Vicentina - Algarve, PT

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Costa Vicentina - Algarve, PT

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Costa Vicentina - Algarve, PT

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Costa Vicentina - Algarve, PT

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Visão distorcida

Andarão cavalos à solta que deixam o país economicamente distorcido?
Cavalo à solta-Consillium

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Calhandrices e coisa e tal e coisa

Foi público que terá havido calhandrices por estes dias em Portugal.

Calhandrices para lá, calhandrices para cá, foram tantas as trocas de galhardetes que se fica sem saber se as calhandrices são dos ministros envolvidos, se do jornalista alvejado.

Este chegou mesmo a afirmar que "só alguém que conhece bem o seu significado é que o usaria" (o termo "calhandrices", entenda-se).

Haja decoro, meus senhores!

Uma conversa que envolve ministros e jornalistas e que vem a público, não pode utilizar termos pouco conhecidos. Ou é para todos ficarmos a saber, ou calem-se.

Senti-me ignorante quando li a palavra e a não reconheci no meu dicionário pessoal (embora, claro, a intuição me dissesse do que se deveria tratar). Mas logo fiquei descansado quando fui à INFOPEDIA e me informaram que a palavra era desconhecida. Que alívio!

Fui pesquisando – que eu gosto de ser pessoa bem informada - e lá consegui saber do que se trata. Posso gabar-me de que já estou capaz de entrar em calhandrices da alta sociedade portuguesa, como qualquer ministro ou jornalista. Estou apto.

Para quem ainda não sabe o que significa a palavra "calhandrice" e a sua origem, poupo-vos trabalho.

Aqui está:

Calhandrice (calhandro + ice) s. f.
Atitude de quem gosta de intrigas ou de boatos. Bisbilhotice, coscuvilhice, mexeriquice.

Calhandro (nome masculino )
antiquado - vaso cilíndrico, espécie de bacio grande, onde se despejam os bacios pequenos.
(De origem obscura).

Gostei da nota "de origem obscura".

Haja decoro, meus senhores!

O país já anda enterrado em demasiados calhandros que até parece ser um calhandro só, não necessita que jornalistas estiquem a corda até o calhandro ficar cheio e lhe caia em cima.

O país não ficará satisfeito que ministros limpem o calhandro da forma como parece estarem a fazê-lo.

Haja decoro, meus senhores!

Calhandrices. Bagh!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Neva em Bruxelas


Já andava a ameaçar há uns dias.

Hoje, dizem que é o início de uma semana com ela, a neve.

Cai muito fininha, fofinha, da que gosto e me faz lembrar que é tempo de eu calçar uns esquis.

Ficam uns olhares, apanhados já um pouco tarde do dia, quando o sol, ainda que pouco acalorado, ia aquecendo o boneco, fazendo-o parecer a Torre de Pizza.






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Bruxelas / Cinquentenário - BE

domingo, 24 de janeiro de 2010

Viajando pelo espaço.

Observando a rotação do dia de 10 horas do gigante Júpiter, 11 vezes maior que a Terra ...



... e que, ainda assim, é como se não fosse mais que um micro-átomo observado a milhares de quilómetros de distância, quando integrado no Universo conhecido.



Oh quão insignificantes e passageiros seremos neste moínho triturador de tempo!

(Vídeos copiados daqui)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mas que tristeza de vida deve ser!


Não sei se prestaram atenção a um artigo saído no dia 12 passado, no caderno Ciência do DN (link) sobre a descoberta de formigas assexuadas.

A mim, que tenho sido bombardeado com uma das novas novelas nacionais – casamento entre pessoas do mesmo sexo – saltou-me aos olhos... porque sim.

Não vou falar deste tema, que tem base na discriminação que essas pessoas alegadamente têm sentido por falta de protecção legal a nível patrimonial quando, após uma união de facto por não ter havido/er a possibilidade de se casarem, surgem eventos que deveriam fazer aplicar as mesmas regras que aos casados, nomeadamente quanto à herança ou partilha de bens. Para mim, formiguinhas à parte, isso será uma “pega de caras” que está a ser feita ao alargamento da instituição "casamento" aos homossexuais. Direi apenas que é uma corajosa pega de caras... feita ao rabo do bicho. Ficará para outra altura este tema.

Adiante.

Basicamente, diz-se então naquele artigo do DN, sob o título: “RARO – Formigas reproduzem-se e vivem sem fazer sexo”, que há uma espécie de formiga assexuada – a “Mycocepurus smithii” – e que, por conseguinte, a manutenção da espécie é efectuada sem o recurso a machos. Aliás, assegura-se que os mesmos são inexistentes.

Mesmo com alguns machos encontrados, aparentemente da mesma espécie, após cuidado exame concluiu-se serem da espécie “Mycocepurus obsoletos”.

Que raio de coincidência no nome que escolheram para apelido desta família que usa machos para se multiplicar! Ao que parece, mesmo obsoletos, ainda restam alguns machos por lá.

À maioria humana resta a consolação de que espécies assexuadas são raríssimas na natureza.

A mim, pelo menos, consola-me.

Só que, agora, jão não posso dizer, com a mesma convicção com que o fazia:

“Até as formiguinhas gostam!”

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

De regresso. Vamos a 2010?

Como vejo 2010 para Portugal: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Uma esguia esperança tenta entrar pela estreita janela azul de - -
oportunidades que se vai encerrando com nuvens cada vez mais -
densas. Enquanto metade da esperança se mostra negra aos - - -
nossos olhos, a outra metade recebe um envergonhado feixe - - - -
de luminosidade. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Espero que seja esta face a vencer. - - - - - - - - - - - - - - -
Regressei depois de dois períodos de férias.

Um, de 3 semanas, a que me dediquei e que dediquei ao meu computador pessoal, que ele também já precisava.

Outro, de uns quantos dias, que o computador resolveu dedicar-me num gesto de vingança ciumenta pela longa ausência, misturada com laivos de amnésia alzheimeresca propositada (penso eu). Esqueceu-se da password de entrada no sistema, coisa que raramente utiliza. Talvez por isso mesmo.

E com a minha habilidade informática comprovada, nada mais me restou que procurar um médico que o ajudasse. Lá fui e, quando o encontrei, em menos de cinco minutos, o sofrimento a que o computador me submeteu... foi-se. Ah santa ignorância!

Férias de duas semanas ou mais, para mim, soam ou a praia e sol e mar ou a esquis nos pés.

Desta vez, nem uma coisa, nem outra.

Calor para praia... nem imaginá-lo, que não havia condições. Já de neve para apoiar os esquis não posso dizer o mesmo. Apanhei muita, e com muita, onde menos me apetecia vê-la e tê-la: nas estradas.

Enfim, estas acabaram-se. Há que iniciar o novo ano, o da despedida a Bruxelas, logo agora que me estava a dar bem com este país.

Não sei porquê, nem se vos acontece o mesmo, mas parece que o saber-se que se vai perder algo... induz-me um sentir de que até essas coisas menos boas parecem ser excepcionais.

Vou, pois, saborear os últimos goles (entenda-se semanas) deste centro europeu, e prometo (para já sem ser à político) que virei com mais frequência a este canto.

Um agradecimento aos que teimaram em vir bater a esta janela.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

2009 / 2010. Festas Felizes, Ano próspero.

A quem, durante este ano de 2009, aqui veio bater à porta e deixar uma palavra, de apoio ou de crítica, e a quem apenas por aqui passou e espreitou, os meus votos de Boas Festas natalícias e de um ínico de 2010 promissor de um ano melhor que todos os demais até agora, especialmente quanto a saúde e, porque não, vil metal q.b., para que não falte a felicidade completa.
Até ao próximo ano.






Tu que dormes à noite na calçada do relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão


E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher


Quando Um Homem Quiser, por Ary dos Santos

domingo, 22 de novembro de 2009

Andando por aqui...

... fui vendo "O pensador", lá no alto do seu 3º andar, ao ar livre, observando e pensando o que fazem tantos passantes de mala de rodas a circular pela Av. Michel-Ange;

... dei dois olhares sobre a mãe e os seus 3 filhotes, no Parque Real;

... apreciei a imponência da estátua do General Bélliard, num ambiente cinzento colorido por bandeiras, olhando para o Parque Real, de costas voltadas para a baixa da cidade;

... já com a noite a cair, voltei a olhar sobre a cúpula do museu (antiga Casa do Rei), na Grand Place e

... reparei que se dava início aos preparativos dessa praça para o Natal, com o palácio municipal em fundo;

... no caminho de regresso, achei que devia partilhar convosco este quadro crepuscular da Catedral de S. Miguel e S. Gudula;

... e, finalmente, um peculiar sopro a obrigar ao voltar de costas das bandeiras belga e europeia, no Parlamento Federal belga, junto ao Parque Real.
Não sei se por alguma razão especial!

La Bourse. Bruxelas - BE

O edifício onde se instalou a Bolsa de Valores de Bruxelas, no Boulevard de Anspach, foi construído entre 1868 e 1873, seguindo o projecto do arquitecto Léon-Pierre Suys, no local onde se situou o antigo mercado da manteiga e, ainda antes, o "Couvent des Récollets", antigo convento de irmãos franciscanos.

Imponente, quanto ao tamanho, no exterior podem ver-se, entre outras coisas, algumas esculturas e, também, representações em alto-relevo simbolizando actividades económicas, a toda a volta, onde todos os trabalhadores são representados por crianças.

Deixo umas fotos, algumas em que intencionalmente escureci as zonas exteriores aos altos-relevos, para que melhor se possam ver os motivos.




terça-feira, 10 de novembro de 2009

Porte de Hal / Hallepoort. Bruxelles – BE

A Porta de Hal (que foi a porta de entrada e saída em direcção a Hal / Halle, por uma ponte levadiça) é o último vestígio da segunda muralha defensiva da cidade de Bruxelas, da época medieval.

Construída por volta de 1350 – 1381, um século após a primeira muralha (de que ainda existem, também, alguns vestígios), alargou a área da linha de defesa da cidade em expansão, para melhor a proteger.

A porta é uma torre, tipo castelo, situada num dos pontos mais elevados da cidade (hoje Saint-Gilles), o que lhe aumentava a eficácia defensiva. Daí o seu antigo nome, “Porte d’Obbrussel” (Haut-Bruxelles).

Com a perda da sua função inicial, já foi celeiro, abrigo de mendigos, arquivo e museu, destino que mantém actualmente, tendo sofrido várias remodelações que lhe foram alterando o seu aspecto, embora sempre na mesma base. A última renovação deu-se em 2007/2008. Exteriormente, perdeu a vegetação que cobria e moldava a fachada, que era algo que gostava de ver, mas acredito não dava muita saúde às pedras da parede.

Actualmente Centro de Cultura Urbana, do Museu Real de Arte e de História, tem uma exposição permanente sobre a história da cidade e da própria torre e, na parte superior da mesma, exposições temporárias.

Aqui ficam, como é hábito, umas fotos em slideshow.

Chemins de Compostelle. Bruxelles – BE

Caminhos de Compostela, em Bruxelas.

Bruxelas era uma das povoações atravessadas pelas peregrinações a Santiago de Compostela (Saint-Jacques de Compostelle), que utilizavam um dos dois principais trajectos provenientes dos, ou passantes pelos, Países Baixos.

Na Porta de Hal, existe, oferecido pelo governo da Galiza, um monumento aos peregrinos que ao longo de séculos por aqui passavam, ou daqui partiam, rumo à igreja de Santiago de Compostela.

Actualmente, em Portugal, fazem-se meia dúzia de Km de peregrinações até Fátima. Estradas asfaltadas, sem declives, locais para pernoitar e para comer, assistência policial e de saúde. Alguns dias de caminhada, e é um falatório e notícia em tudo o que é comunicação social, como sendo um grande sacrifício (e até acho, pessoalmente, que o seja).

Imaginem como seria, há séculos (muitos), fazer quase 2.000 Km, ou mais, dependendo do ponto de partida, mais outros tantos no regresso, sem nenhum luxo dos que existem hoje.

Como deveria ser duro. Mas as mentalidades estavam talhadas para o sacrifício salvador. Também haveria, concerteza, aqueles que tirariam partido de uma viagem longa, por paragens não conhecidas, verdadeiras oportunidades de fazer turismo na natureza.
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Numa lápide, ao lado do monumento, pode ler-se:

Cette pierre levée, antique symbole solaire, dédiée au Pèleriin Anonyme, a été offerte par la Xunta de Galicia et érigée au point de rassemblement et de départ du pèlerinage vers Saint-Jacques de Compostelle.

Deze stenen zuil, een zonnesymbool uit de oudheid en opgedragen aan de Onbekende Pelgrim, werd geschonken door de Xunta de Galicia Zij werd opgericht op het verzamel en vertrekpunt van de pelgristocht naar Santiago de Compostela.

Esta escultura, antiguo simbolo solar, dedicada al Peregrino Anónimo, ha sido ofrecida por la Xunta de Galicia y erigida en el punto de encuentro y de salida de los peregrinos hacia Santiago de Compostela.

Esta pedrafita, antergo simbolo solar, dedicado ó Peregrino Anónimo ha sido doada pola Xunta de Galicia e erixida no punto de encontro e de saida dos peregrinos para a Santiago de Compostela.

Manuel Fraga Iribarne,
Président de la Xunta de Galicia
Voorzitter van de Xunta de Galicia
Presidente de la Xunta de Galicia
Presidente da Xunta de Galicia.

Eric André,
Secrétaire d’Etat des Travaux Publics de la Région de Bruxelles Capitale
Staatssecretaris voor de Openbare Werken van het Brussels Hoofdstedlijk Gewest
Secretario de Estado de Obras Públicas de la Región de Bruselas Capital
Secretario de Estado de Obras Públicas de Rexion de Bruselas Capital.

XACOBEO 99
Galicia

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Em queda.

Ontem, começou a cair uma parede de betão, de arame farpado, de metralhadoras e, essencialmente, de mentalidades, que separava, de um lado, um espaço que tinha prometido ser "o sol na terra" para quem nele vivesse, e do outro lado, o espaço que continua a prometer ser o paraíso.

Foi a 9 de Novembro de 1989.

Já lá vão 20 anos.

Continuamos, uns mais que outros, na penumbra entre o sol e o paraíso.

domingo, 1 de novembro de 2009

Á G U A





O Espaço no-la trouxe.

O Espaço no-la levará.

Só não sabemos quando, e todos pensamos que mais vale tarde.

Variação do tema anterior, mas em versão "molto allegro"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ocultem a face! Dúvidas muitas, algumas certezas.


Eu, por estes dias, não deveria estar a escrever sobre a "Operação Face Oculta".

Ou deveria?

Mas como o estado da justiça, no nosso Estado, está como está... cá vai.

“Segredo de justiça vs Presunção da inocência”:

Faz sentido, num Estado de direito, que venham a público nomes de pessoas, ligando-as a possíveis comportamentos criminosos, quando ainda decorre o processo de investigação, mesmo que algumas delas já tenham sido constituídas arguidas?

Isso acontece “contra a vontade” das autoridades judiciais, isto é, porque alguém na comunicação social, ou a ela ligada, tem um “sistema organizado e lubrificado de escutas” que leva a conhecer o que se passa dentro dos corredores das autoridades de polícia?

Ou, antes, é uma nova forma intencionalmente assumida (e sistemática, já se pode dizer) de fazer a política de/na investigação, especialmente quando estão envolvidas determinadas figuras políticas ou politicamente relevantes?

Se assim não é, porque alimentam o circo?

O que será que faz mover esta quebra sistemática do segredo de justiça? Criar um Estado, e um estado, comatoso, não reactivo, de indiferença (ou mesmo de aceitação como normalidade) sempre que se venha a saber que houve corrupção envolvendo “personalidades” políticas? Ou será a consciente aceitação de que é a única forma de punir as ditas, já que os processos acabam como se sabe?


“Status quo vs Revolução”:

O país precisa de fazer uma revolução ao actual regime de processo penal, para que não se promova a ilegalidade, ainda por cima em área de alta sensibilidade, como da aparente normal violação da presunção da inocência pela mediatização circense da violação do segredo de justiça;

O país não pode continuar a pactuar com procedimentos criminais prematuramente muito badalados, mas que não são consequentes no que toca ao fim para que deveriam ter nascido;

O país não se vai aguentar muito mais tempo com processos ditos de combate à corrupção, ou outros, que pretensamente envolvem pessoas que devem, ou deveriam, ser um referencial de e para a nação;

O país não resistirá muito mais tempo a ver processos ditos abertos para punir pessoas que terão enchido os bolsos, com milhões que fazem falta ao país que vive em endémico sufoco financeiro, e que terminam, precisamente, enchendo os bolsos a essas mesmas pessoas, via indemnizações.

Precisam-se de pocessos criminais desenvolvidos dentro de parâmetros objectivos e sem circo, que levem rapidamente, sem apelo nem agravo, corruptos e corruptores (não há uns sem outros) a “ocultarem a face” para o resto das suas vidas, se ainda lhes restar um pouco de vergonha.

E, também, se necessita de inventar um sistema eficaz de aferição política do carácter ético de cada actor político, antes e durante o exercício de funções públicas.

Circo prematuro? Não, obrigado. Ocultem a face.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dia do Exército. Colégio Militar. Polémicas... outravez.

De tempos a tempos, especialmente na última década, vem à baila a educação no Colégio Militar (CM) e a necessidade de acabar com a instituição (e a sua similar – PE), quase nunca frontalmente assumida. Ver agora o BE directamente envolvido nesta polémica é que me deixa meio confuso. Ou talvez não. Afinal, já é um partido do poder.

Para quem vive fora de Lisboa e não conhece o local onde se situa o CM – mas é mesmo só por esta razão – lembro que o colégio se encontra instalado numa área nobre da cidade, terreno de muitos hectares, ali mesmo ao lado do CCColombo e do Estádio da Luz, com a 2ª Circular a tocar um dos lados. Imagino, sem conseguir saber ao certo, em contado, o valor comercial do terreno e nem isso consigo imaginar quando se fala nos valores que podem resultar da especulação imobiliária a edificar no mesmo. Isto, claro, se o CM sair dali, o que espero nao venha a acontecer.

Ah, mas estava a falar da polémica da educação que se ministra e vive no Colégio Militar, agora a eventual caminho dos tribunais criminais, junto com alguns antigos alunos.

Concordo que, entre outras coisas, uma lambada que perfura o tímpano é coisa grave que necessita de correcção e, para aquele ambiente, especialmente de prevenção. Não sei se propriamente tão grave que leve o jovem daquela instituição, autor de tamanho crime, a sentar-se no banco dos réus e a ficar com um registo criminal que, com o tempo, se virá a ler difusamente mas sempre a ensombrar o seu futuro.

Ao que parece, uns pontapés no rabo de um miúdo, dados por outro miúdo, também merecerá tratamento criminal, clamam alguns.

Como sabemos, vivemos num país onde qualquer comportamento socialmente reprovável e reprovado leva o seu autor a responder pelo crime e a ser severamente punido. Não escapa, não tem escapado, nenhum. Somos um país exemplar, quase sem crimes!

Nas demais escolas públicas e privadas, mesmo sem estarem situadas em terrenos valiosos para fins imobiliários, não se vislumbram processos criminais a nascer, claro. Simplesmente porque não há, não tem havido, nada que se possa comparar ao que se passa no CM:

pontapés no rabo e murraças na face; lambadas de ferver; facas a cortar colegas ou, tão-só, a coagi-los a qualquer coisa; furtos e roubos de dinheiro e objectos, a colegas; comércio e consumo de drogas; professores a receber insultos e agressões físicas; instalações vandalizadas; etc; etc; e etc. Nada disso acontece. Por isso, os papás, aí, não se exaltam. Estou a ser propositadamente irónico, claro.

Também não acontece, nessas escolas públicas e privadas, terem aulas de manhã à noite, sem “furos”, e que vão das disciplinas curriculares normais, à equitação, à ginástica, à esgrima, a diversas modalidades de desporto, à disciplinar militar, etc, instalações condignas e bem mantidas, laboratórios e bibliotecas bem equipados, liberdade com responsabilidade. Claro que também existe o regime interno, com o elevado risco que é jovens terem que se auto-governar durante 24 horas sobre 24 horas, aprendendo a crescer juntos.

Fico estupefacto com pais de alunos do CM que se queixam, ou denunciam, criminalmente, porque os filhos, que eles decidiram meter na instituição, levaram uns pontapés, uma “galheta”, de um jovem adolescente, mesmo que tenha mais 2, 3 ou 5 anos em cima. E pergunto se o fariam no caso do mesmo filho sofrer o mesmo tratamento, ou pior, se estivessem numa outra escola.

Pergunto-me se inscreveram os filhos no CM conscientes da vida que forçosamente os aguardava, e era forçosamente previsível, ou se foram tão inconscientes que nem imaginaram isso ou, pior, apenas se limitaram a ir depositá-los em estabelecimento onde ficariam a dar-lhes (aos pais) liberdade 24 horas por dia, durante toda a semana útil.

Parece-me que - para além de realmente serem necessárias medidas para melhorar, seja lá o que for e o CM não foge à regra, é susceptível de ser melhorado, e a vida da instituição militar tem tradição mas sempre vai ter que se ir adaptando aos tempos, desde que não perca a sua identidade - parece-me, dizia, que a direcção do CM terá que passar a ser mais exigente nas provas de selecção, não só dos alunos mas, especialmente, dos pais dos potenciais alunos.

O meu filho foi aluno do CM. Ele sente muito orgulho disso e eu por ele o ter sido.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

domingo, 11 de outubro de 2009

Ciclos da vida humana

A artista ucraniana Kseniya Simonova ganhou a versão ucraniana do “America’s Got Talent” apresentando o seu talento artístico com uma caixa de luz, música dramática, imaginação e “pinturas de areia”, para interpretar a invasão germânica e a ocupação do seu país, durante a II Guerra Mundial.

domingo, 4 de outubro de 2009

A-C-O-R-D-Á-S-S-E-M mais cedo!!







Não se esqueçam de ir trabalhar bem cedo.


O sarcasmo de um funcionário da empresa de manutenção da estrada pode morar ali na esquina.

sábado, 3 de outubro de 2009

Referendo. Uma resposta. Muitas perguntas.

Tudo indica que a Irlanda disse SIM ao Tratado Europeu de Lisboa.

O que será que, em um ano, mudou no Tratado Europeu de Lisboa sem que se lhe tivesse tocado substancialmente?

O que terá levado a que uma Nação (a maioria vincula a totalidade) tenha dito NÃO, há uma ano, e diga SIM, agora?

O que foi que vergou uma Nação a um NÃO?

Ou que foi que vergou uma Nação a um SIM?

Logo agora que a crise económico-financeira parece estar a mudar de direcção, porque será que a Irlanda decidiu entrar em contradicção consigo própria?

Será que toda a Nação, há um ano, disse NÃO a outra coisa que não ao Tratado Europeu de Lisboa, e este apenas apanhou por tabela?

Ou será, pelo contrário, que a Nação sabia o que queria e teve que dizer que SIM a outra coisa que não ao Tratado Europeu de Lisboa?

Terá a Irlanda dito NÃO ao governo de então, através do referendo?

Terá o referendo recebido um SIM, quando os irlandeses quiseram dizer Não a outra coisa?

Terá sido a ameaça constitucional, mais ou menos subliminar, de que na Irlanda não se voltaria a votar um referendo ao Tratado, se agora ganhasse o NÃO, que amançou uma Nação?

Estranha democracia europeia esta, em que os seus povos andam, ou parecem andar, ao sabor da ocasião perante matérias da fundação das suas nacionalidades. Será que, afinal, as nacionalidades estavam apenas forjadas em interesses pouco comuns? Eram fictícias?

A iluminação das elites venceu a vontade das massas disformes. Talvez, afinal, sempre assim tenha sido e sempre assim terá que vir a ser.

Vergou-se um resistente. Ou terá sido vergado. Ou nem era resistente, afinal.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Monumento belga ao Congo

Monumento belga ao CONGO

No Parque do Cinquentenário, em Bruxelas, existe um "Monumento construído aos primeiros pioneiros belgas" (MONUMENT ELEVE AUX PREMIERS PIONNIERS BELGES).

Estava com aspecto nada bom mas foi restaurado há poucas semanas. Embora com algumas mazelas que o tempo provocou, encontra-se com aspecto limpo. Por isso o trago cá.

Tem várias inscrições efectuadas na pedra, quer em francês, quer em neerlandês, nem todas já em boas condições de leitura.

Monumento em forma semi-circular, tem na parte central inferior um pequeno tanque, numa alusão ao Rio Congo (LE FLEUVE CONGO / DE STROOM CONGO) e, "numa das margens", uma escultura composta por um africano e um crocodilo entre ervas altas.

Sobre os relevos da escultura central aparece uma inscrição, citando o rei:

"J'ai entrepris l'oeuvre du Congo dans l'intérêt de la civilisation et pour le bien du peuple belge".
LEOPOLD II
3 JUN 1906

Lida aos olhos de hoje ... ... ... vai lá, vai!

Aos de então, era a linha política soprada aos 4 cantos pelas potências coloniais - umas mais que outras, embora este monarca belga tenha ficado registado, na história colonial africana, como um dos mais cruéis. Para "Les fantômes du Roi Léopold - Un holocaust oublié", o epíteto "cruel" é elogio.

Fiquem com olhares do mesmo. Cliquem em "Show info" para verem os comentários e regulem a velocidade de passagem.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aqui há patos!

Estive agarrado à RTPi a ver o espectáculo nacional destas eleições (parabéns à RTP).

Vi que o 1º líder a vir às tvs foi a do 2º partido mais votado, contrariando a "praxis" televisiva até agora seguida. Talvez porque foi o único a assumir uma derrota nestas eleições.

Votos contados e lugares de deputados atribuídos, ficámos a saber que tanto as vitórias como as derrotas são conceitos voláteis.

Vi, também, um líder que, por ter subido para 2 dígitos percentuais, inchou tanto que se colocou em bicos-de-pés para se manter equilibrado à espera de chegar o seu tempo de antena nas tvs. Alguém o deve ter convencido que tinha ganho as eleições!

Ainda bem que não chegou esse tempo, isto é... lá apareceu por uns segundos.

Vimos que o partido mais votado e com mais deputados eleitos e que, por princípio, será o chamado a formar governo, quando apareceu a falar à "urbi et orbi" o fez de forma brilhante no que toca ao "secar as janelas de oportunidades" (melhor diria, as portas) ao outro que pensava que tinha ganho as eleições.

Mas achei, acho, que há qualquer coisa que não bate bem nestas eleições.

Tirando aquela aparição extemporânea da líder do PSD (não deve ter dormido toda a noite com tal falha), parece que só houve vitórias. Todos ganharam neste país à beira-mar plantado. Foi só aumentos!

- Aumentou o universo eleitoral com mais de meio milhão de novos eleitores;

- Aumentou o número de partidos a concorrerem ao farrobodó. Foi tal a pulverização que muitos se devem ter ficado pulverizados por muito tempo (um lá (re)chegou ao maná);

- Aumentou a abstenção, em termos absolutos e percentuais;

- O PSD teve mais votos e mais deputados do que tinha;

- O PS foi o mais votado, logo ganhou as eleições;

- O BE, o CDS e o PCP também ganharam, pois aumentaram em votos obtidos e deputados eleitos, mesmo que com mudança na ordem da fila.

Ganharam todos.

Ora, como em jogos não é possível haver vitórias de todos contra todos... aqui há patos!
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domingo, 27 de setembro de 2009

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domingo, 20 de setembro de 2009

Alguns olhares em KNOKKE - BE

Ontem, se não me engano, vi o verão deste ano a levantar voo destas paragens, definitivamente.

Um dia muito quente e, até, abafado, com céu limpo, levou-me até Knokke-Heist, junto à fronteira com a Holanda.

Knokke é a cidade com a estância balnear mais "in", mais "chic", da Bélgica.

A provar que era dia de verão, vi logo à chegada as esplanadas repletas, muito movimento pelas ruas, tudo em roupas de veraneio, e até as esperguiçadeiras na praia estavam com clientela a condizer. Tudo a trabalhar para o bronze. Dentro de água (não quero mentir), vi para aí uns seis ou oito pés. Bem, vá lá, dois ou quatro até às canelas.

E a certo momento, uma "voadora" cortou o silêncio do descanso com um som assustador de motores com muitos cavalos a relinchar lá dentro e a levantarem muita espuma da água, a uma velocidade que eu só tinha visto pelas televisões.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Até vale tirar olhos!

Hoje, à hora do almoço e pela RTP i, os portugueses assistiram a uma declaração acerca das escutas, efectuada por duas personalidades da política portuguesa.

A primeira, foi efectuada pelo Presidente da República de todos os portugueses, naquele solene ar que nos remete para uma personalidade de Estado, que a maioria da população lhe reconhece (cito de memória):

"No período de campanha eleitoral, o Presidente da República abstém-se de fazer qualquer comentário que possa ter uma leitura partidária ..."


A segunda, saída da mesma boca, no mesmo momento, foi efectuada pelo Prof Cavaco Silva (e também cito de memória):

"... Mas logo a seguir, não deixarei de pedir uma auditoria aos Serviços de Segurança."


Ora, ora, Sr Prof. Cavaco Silva!

Sem o "mas", a segunda frase já o contradizia suficientemente em relação à primeira afirmação como Presidente da República.

Com esse "mas"... tudo ficou mais claro, pelo menos para mim.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Chateâu de La Hulpe - BE

O Palacete de La Hulpe e o terreno onde se encontra, em La Hulpe (La Palisse não diria melhor :-0 ) é um espaço que merece uma visita. Silêncio, muito verde com árvores de provecta idade e porte respeitoso, lagos, aves, paz, locais óptimos para uma boa leitura ou para dar umas corridinhas, bar-restaurante (Taverne de l'homme de Bleu), o Museu de Folon, ... .
Junto ao palacete, de quando em vez, há espectáculos. Desta vez, foi a ópera Aïda.
Suspendo as citações que vinha fazendo e deixo o slideshow das fotos.


domingo, 13 de setembro de 2009

Construindo a destruição

All love that has not friendship for its base, is like a mansion built upon sand.

Ella Wheeler Wilcox
1850 – 1919

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Chateâu de La Hulpe