sábado, 28 de julho de 2007

O conto de Sua Excelência El Sheick Novo.

Foto de OLHARES - - - - - -

Era uma vez... Sua Excelência que, enquanto Infante, tinha tido uma boa preparação para a vida de sheick.

Foi mesmo chamado a exercer alguns cargos de almoxarifado, para melhor praticar.

O seu protector, Sheick El Kay Terres Dá Fóra, sabia que aquele “Delfim” ia nadar grande coisa!

O Zé Povinho (era assim que eram chamados internacionalmente os cidadãos do país) previa que a etapa actual da sua vida não era o seu objectivo final mas, apenas, um percurso para outros voos. Ele tinha passado a vida fixado e tentando imitar a sua figura paradigma. Portanto, era de esperar que não se ficassem por ali os seus desejos de nadar mais nada.

SAR Cobrona Velha, a sua figura paradigma de exercício de “sheickeirado” enquanto ele era infante, não pertencia à sua família real. Tinha exercido o poder de forma austera (nem jornais comprava, só para não gastar um tusto!), dura (até de ouvido, pois não ouvia ninguém) e de pouco humor. Talvez por ser assim tenha perdido o lugar e foi obrigado a atravessar alguns desertos. Dizem que nunca gostou de atravessar pontes.

Mas SAR Cobrona Velha encontrava-se novamente no país “Oásis de Desertos” (eram assim conhecidos, no direito internacional, os territórios do sheickeirado, constituídos por um oásis, que era a povoação principal, e pelos desertos, que eram as freguesias) e até não se dava mal com Sua Excelência o Sheick Novo, e vice-versa.

Os súbditos diziam, em segredo, que SAR Cobrona Velha esperava o momento de lhe dar o bote, o qual teria um sabor especial se o apanhasse num momento em que a cadeira de SAR Cobrona Velha ainda tivesse a sua marca.

Chegado ao poder, Sua Excelência El Sheick Novo tratou de implementar uma política uns graus ainda mais acima, em tudo o que era de mais baixo, do que o seu paradigma figurante.

Tratou de aumentar o deserto à sua volta que, como sabemos, se caracteriza por ser árido (de ideias acima de tudo, que não há cérebro que resista).

A secura passou a ser tanta que nem médicos resistiam. Ficavam secos e mal sabiam falar. A primeira vez que, frente às câmaras de TV, decidiam tentar assumir o lugar de El Íder – o chefe os “Grupelhos” (este era o nome dado às freguesias-deserto pelos Oasirianos), apareciam como se tivessem já um abutre às suas costas, sem força, sem folego, sem alma.

No entanto, Sua Excelência El Sheick Novo deixou que os desertos continuassem dividos e que cada um continuasse a ter um chefe. Sempre era uma boa imagem. Para além de se poderem ver miragens e muita algazarra em cada deserto provocadas por uns quantos esquálidos desertores (isto não tem nada a ver com políticos que fujiram da guerra), eram fonte do estudo científico “como o deserto poderia não o ser”.

Atrás do Oásis havia o “Deserto dos Laranjais”, assim conhecido por ter muitas árvores que, em tempos, davam laranjas. Agora, as árvores estavam mirradas e até pareciam ter menos altura. Mais baixo, só o seu El Íder Mal Çementes. Ali, já não se ouvia um som ao passar do vento pelas folhas. Aliás, já nem folhas havia.

Dos lados havia o “Deserto da Água Azul”, que em tempos até deu para ter submarinos a nadar em ouro, tamanha era a quantidade e profundidade de água; o “Deserto Vermelho”, por haver demasiada areia vermelha para tão poucas camionetas; o “Deserto Amarelo”, cujos habitantes só produziam ideias em bico; O “Deserto Verde”, mais conhecido por “Arroxeado”, por ter sido chão que deu uvas, e mais algumas Dunas menos conhecidas.

Passava o tempo e Sua Excelência El Sheick Novo continuava a sua política de desertificação. Os Laranjais achavam que dominar os números é que era governar? Pois ele já só via números. Os Água Azul diziam que governar bem era, para os seus fregueses, deixar de pagar impostos e sacar ainda mais dos outros fregueses? Pois ele assim o faria. Os Vermelhos, Arroxeados e Amarelos diziam que governar era deixar haver sindicatos, que organizassem umas marchas para divertir o povão, e falar muito a favor dos seus fregueses? Pois ele falaria muito, fartando-se de nadar, tarefa assaz complicada de levar a cabo. Quanto a festas... hummm!

Esqueceu-se que, governando apenas com o intuito de aumentar os desertos no seu território, sem cuidar de aumentar muito mais o seu Oásis, infalivelmente, este também secaria com o passar do tempo.

E não precisou de muito.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Homens!!!

Há ciclistas que entram em provas de alta competição (por princípio só para "homens de barba rija") e, para as tentar ganhar, tomam doses extras de testoterona.

Ora "bolas" para estes homens!

Mulheres!!!

Hoje, veio a lume nos jornais e tv a notícia de que há cada vez mais mulheres gordas e a fumar.


Eu diria que, também, cada vez mais se vêem mulheres carecas e cada vez mais cedo.


E a barafustarem no trânsito, com palavreado que era impensável os homens utilizarem há pouco tempo.


E a fazerem provas de perícia, pelo meio do trânsito, e de corridas, cujas partidas são dadas pela passagem do sinal vermelho para verde, nos semáforos.


E o tempo em que batiam pouco, embora ajudassem muitos homens a bater, já lá vai. Agora, correm para os primeiros lugares das amolgadelas das latas com rodas e motor.


SERÁ POR ISSO QUE OS HOMENS DE BARBA RIJA ANDAM A PRECISAR DE DOSES EXTRAS DE TESTOTERONA?


quinta-feira, 26 de julho de 2007

Den Helder - Escapadinha - I parte

Este fim de semana passado, precisei de desopilar.

Era um fim de semana muito carregado para ficar entre 4 paredes (não é que esta afirmação seja para levar à letra!).

É certo que havia a festa nacional belga que, ao que parece, poucos belgas sabem porque se realiza, incluindo o seu futuro chefe do governo, que só sabe cantar o hino nacional em flamengo, confundindo “A Marselhesa” com o seu hino quando lhe pedem para o cantar em francês. Bom. Nem sabem porque se realiza a festa e, adivinho eu, nem para quê, que é a minha conclusão lógica.

Mas, para mim, este festejo tem pouco de atractivo, pelo menos no que se apresenta ao normal público (eu gosto de pertencer ao normal público, não sei se já deram por isso). É sempre apresentada com desfiles militares de infantaria, de veículos e de aviões que passam mais ou menos sempre pelos mesmos percursos, para além dos discursos políticos e de circunstância, afinal como acontece na maioria dos países desenvolvidos (sim, porque nos outros, é bem pior). Desde que cá estou, ainda não vi grandes variantes. Pelos ensaios dos aviões nos dias anteriores, adivinho que não a houve este ano, também.

Voltando ao post.

Entre outras razões.

Por isso, como já adivinharam – calculo - peguei em mim e no caminho de ferro e ... “dei corda aos sapatos” até à estação, já com um plano mais ou menos delineado e outro alternativo, meio confuso ainda, que ficará para uma outra vez, e entrei num combóio depois de comprar o bilhete de ida e volta de fim de semana (não havendo o Thalys - o TGV - disponível aos fins de semana, há o Intercidades com preços muito convidativos, desde que se faça a viagem entre sexta e domingo).

Destino principal programado, a “minha” cidade holandesa.

Quê??!!

Não, desta vez não era Amesterdão.

Era mesmo a minha cidade: “Den Helder”. Há tempos que andava para a visitar.

Rota: Bruxelas, Roosendal, Amesterdam, Den Helder, com paragem em muitas outras estações. Foram quatro horas e tal de combóio, para cada lado.

Lá chegado, resolvi dar uma pequena volta pelo centro, deixando o resto da volta para quando regressasse de um outro destino que também estava em pensamento e resolvi concretizar.

Plano furado!

Não tive tempo para voltar a passear a cidade.

O pouco que vi gostei, sem ser extasiante.

A cidade teve, e continua a ter, a principal base da Marinha Real, tendo um quarteirão dedicado a museu dessa área.

Situa-se na província Holanda-Norte, cuja capital é Haarlem, onde se encontra, também a capital do país. O município Den Helder, que tem mais duas povoações, Huidsduinen e Julianadorp, situa-se na extremidade mais a norte da província.

Deixo-vos com algumas fotos, poucas, porque, como disse, saiu-me o programa furado e estive lá pouco tempo. Por isso, junto-as com algumas tiradas do combóio no caminho para ou da dita. Os campos de cultura das flores apresentam-se bastante desfalcados, como era de esperar.

Conto lá ir outra vez, com mais calma. Um dia.




Entretanto, segui para ...

Texel - Escapadinha - II parte

O apelo que se impôs ao programado foi uma ida à Ilha Texel (lê-se “téssel”).

A maior ilha holandesa do Arquipélago das Frísias (arquipélago que se estende até à Alemanha e Dinamarca, formando uma barreira natural ao Mar do Norte), é um polder, como o resto dos Países Baixos, só que... é melhor nem imaginar o que o mar poderá fazer um dia, se resolver saltar os diques que cercam toda a ilha. As suas maiores “montanhas” têm cerca de 20 metros acima do nível do mar, tendo que ser procuradas com lupa. Queixam-se os naturais quando as têm que subir de bicicleta!

De forte actividade agro-pecuária, tem, no entanto, a economia baseada no turismo (ouvia-se falar alemão por todo o lado, com muitos grupos de jovens alemães, a maioria a acampar em parques específicos para o efeito, no meio de dunas), com todo o comércio e serviço que isso envolve.

Os naturais da ilha pareceram-me pouco abertos à “invasão” (ou não estivesse numa ilha de 25 Kms2), resistindo ao diálogo em inglês. Fiquei sem saber se a maioria não sabia (o que é de estranhar em holandeses, embora os frisianos tenham uma língua que para o holandês continental deve estar como o açoreano e madeirense para o português do continente) se simplesmente era uma forma de afirmação.

A viagem de Den Helder para Texel e volta é feita num ferryboat, com as gaivotas a mergulhar sobre os bocados de pão que já estão habituadas a receber dos passageiros.

Motivos específicos de atracção são a fauna selvagem que as dunas acolhem, especialmente no inverno, mas também as ovelhas típicas, de forte produção de lã, ou o cavalo frísio. E também as casas típicas.

O mar, de cor acastanhada própria do Mar Frísio (conhecido por Mar Wadden), cor influenciada pela forte afluência de água doce dos rios, apresentava uma temperatura da água bastante aceitável (não fui a banhos, apenas experimentei molhar os pés), com praias extensas e bons areais.

O primeiro dia (resto da tarde de sábado) foi de sol quentinho. O segundo (manhã de domingo) foi de grandes aguaceiros e forte ventania, de que só me vi livre no regresso, já depois de Amesterdão. Isso condicionou, em muito, a passeata.

Visitei Den Burg, De Koog, Cockscorp e outras povoações. Aqui ficam alguns olhares.




Bom resto de semana.

terça-feira, 24 de julho de 2007

UAHAUUUHHHH!

Estou dando uma boa espreguiçadela!


Como custa recomeçar quando a próxima etapa fica ao fundo do túnel.


Deixo-vos com um dos últimos olhares que retive em Bruxelas, ante de partir.


Cats, no milk today!

Há um ainda mais caricato, lunático, mas que anda a "fugir" da minha máquina. Ou aparece quando a não levo, ou vice-versa. Um dia vai cair.