Como é possível?!
Tenho andado com uma bola no estomâgo, que tem aumentado com o passar do tempo.
E com as lágrimas fáceis a correr face abaixo.
Acredito que estes dias o tema Maddie vai ser teclado até à exaustão, também no mundo blogático.
Não vou entrar em apreciação técnica dos pormenores da investigação que têm vindo a público.
Acima de tudo, porque o que vem a público pode ser verdade, mas será sempre parcial, o que pode induzir à ilusão, ou pode ser uma ilusão mediática que induza a uma realidade inexistente.
Terei (teremos) que esperar pelo fim de todo este "teatro" (sem ter a certeza que aquele jantar de amigos em que se deixaram as 3 crianças em casa - provavelmente com uma já sem ter possibilidades de acordar, talvez até já sem estar a dormir em casa naquele dia - não foi mais que mais um teatro montado, real ou virtual), para saber se o alegado rapto foi verdadeiramente um rapto, ou apenas uma tentavia de rapto da hedionda verdade.
Ainda quero continuar a acreditar que aquele sorriso continua a existir, nuns olhos doces e face inocente, corpo na idade dos primeiros passos para a alegria de viver, ainda longe de chegar à animalidade de coração gelado dos adultos.
Ainda quero continuar a acreditar que a criança foi raptada e, por força da idade, já sorri no colo de outro adulto, pérfido.
Nem quero imaginar que os pais de uma criança tenham praticado tamanha atrocidade, mesmo que nem se trate sequer de homícidio.
Nada justificará, ou justificaria, que montassem um circo de recolha de milhões, que ainda continua à solta, à custa de um ser que nasceu deles e que eles, acima de qualquer outro ser neste mundo, deveriam cuidar em todos os momentos.
A constituição de arguido, em Portugal, deixa, obrigatoriamente, fumos muito escuros sobre a ligação de uma pessoa à prática do(s) crime(s) que estão sob investigação. Sem ser definitiva ou um ponto final, é um mau ponto de partida ou, neste caso, de continuação ao fim de quatro meses.
Maddie, se tudo o que agora começa a vir a público aconteceu, os teus pais não merecem viver.
Que se suicidem, como forma de minorar o que fizeram. Sem ser possível anular tamanha barbaridade de comportamento.
Olho para as tuas fotos com que nos deparamos na net ou nos media.
Quero, espero e rezo, mesmo sem acreditar muito em rezas, que continuas a sorrir.
Por ti, mas também por mim. Para não ser confrontado com a tamanha cruel realidade que parece estar a aparecer aos meus olhos, que já me tolda a visão e me não deixa fazer uma refeição sem sentir náuseas pelo que te pode ter acontecido.