sábado, 8 de setembro de 2007

Como é possível?!

Tenho andado com uma bola no estomâgo, que tem aumentado com o passar do tempo.

E com as lágrimas fáceis a correr face abaixo.

Acredito que estes dias o tema Maddie vai ser teclado até à exaustão, também no mundo blogático.

Não vou entrar em apreciação técnica dos pormenores da investigação que têm vindo a público.

Acima de tudo, porque o que vem a público pode ser verdade, mas será sempre parcial, o que pode induzir à ilusão, ou pode ser uma ilusão mediática que induza a uma realidade inexistente.

Terei (teremos) que esperar pelo fim de todo este "teatro" (sem ter a certeza que aquele jantar de amigos em que se deixaram as 3 crianças em casa - provavelmente com uma já sem ter possibilidades de acordar, talvez até já sem estar a dormir em casa naquele dia - não foi mais que mais um teatro montado, real ou virtual), para saber se o alegado rapto foi verdadeiramente um rapto, ou apenas uma tentavia de rapto da hedionda verdade.

Ainda quero continuar a acreditar que aquele sorriso continua a existir, nuns olhos doces e face inocente, corpo na idade dos primeiros passos para a alegria de viver, ainda longe de chegar à animalidade de coração gelado dos adultos.

Ainda quero continuar a acreditar que a criança foi raptada e, por força da idade, já sorri no colo de outro adulto, pérfido.

Nem quero imaginar que os pais de uma criança tenham praticado tamanha atrocidade, mesmo que nem se trate sequer de homícidio.

Nada justificará, ou justificaria, que montassem um circo de recolha de milhões, que ainda continua à solta, à custa de um ser que nasceu deles e que eles, acima de qualquer outro ser neste mundo, deveriam cuidar em todos os momentos.

A constituição de arguido, em Portugal, deixa, obrigatoriamente, fumos muito escuros sobre a ligação de uma pessoa à prática do(s) crime(s) que estão sob investigação. Sem ser definitiva ou um ponto final, é um mau ponto de partida ou, neste caso, de continuação ao fim de quatro meses.

Maddie, se tudo o que agora começa a vir a público aconteceu, os teus pais não merecem viver.

Que se suicidem, como forma de minorar o que fizeram. Sem ser possível anular tamanha barbaridade de comportamento.

Olho para as tuas fotos com que nos deparamos na net ou nos media.

Quero, espero e rezo, mesmo sem acreditar muito em rezas, que continuas a sorrir.

Por ti, mas também por mim. Para não ser confrontado com a tamanha cruel realidade que parece estar a aparecer aos meus olhos, que já me tolda a visão e me não deixa fazer uma refeição sem sentir náuseas pelo que te pode ter acontecido.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Porto - escapadinha.


Bye, bye, férias!

Ainda tenho uns dias pendurados… mas faltar-lhes-ão o sol, os dias maiores ou as noites (escolham), o calor, o espírito geral de boa disposição na cara das pessoas, para lhes dar o verdadeiro sabor a férias.

A não ser que… Pois, é. É isso mesmo. A não ser que eu vá ter com esse espaço / tempo. Logo se verá.

A semana teve o ponto alto no Porto. “Red Bull Air Race” foi o apelo principal.

Um pouco fora de tempo este post.

Dois dias a ver aeromodelismo em ponto um bocadinho maior, mas sem se ver ninguém em terra a puxar fios ou com rádio-comando nas mãos.

Incrível a precisão e rapidez dos movimentos daqueles brinquedos.

Incrível, também, o amontoado de gente que, como eu, resistiu ao sol escaldante de um céu límpido de verão em Portugal. Será que também já começaram a perder a pele?

Incrível, ainda, a experiência que vivi no sábado.

Saindo do Ipanema Hotel resolvi, prevendo uma maior enchente no Porto, levar o carro ao colo até ao outro lado e ficar em Gaia a apreciar a corrida.

No dia anterior, a pé, fui até lá e tive uma perspectiva completa da mesma. E uma vista maravilhosa da cidade do Porto, iluminada por toda aquela luz solar. Assim, repetiria a dose para a vista e ficaria com a viatura pronta a “levantar ferro” por forma a fugir à confusão da fuga ao fim do dia. Pensei.

Puro engano. Tive que estacionar no parque do Corte Inglês e tentar chegar lá abaixo, ao rio, a pé. O que também não foi possível. Trânsito cortado, até o pedonal (já estaria super-lotado o espaço!).

Foi subir outravez o que tinha sido descido e procurar dar um ar positivo “à coisa”.

O “Metro” ainda funcionava sobre a Ponte D. Luís. Porque não?

Meus senhores do metro do Porto, por favor alterem esse sistema de compra do “andante” (para quem não sabe - eu não sabia - é esse o nome que dão ao título de transporte). Verão que rapidamente ficarão a ganhar.

Complicado e mais uma carga ambiental. Vendem um cartão por pessoa e por viagem (ida ou ida-e-volta). Cartão magnético que se tem que validar antes de entrar no eléctrico - desculpem, no metro (do mal o menos) - mas que depois se deita fora.

Então para quê um cartão daqueles, tipo multibanco, que podia e devia servir para carregar viagens enquanto aguentasse?

No regresso, tive o gosto de atravessar a ponte a pé, vendo o Porto e Gaia lá de cima. Não perdem a beleza que têm quando se vêem de longe. Porque de perto… embora se notem muitas melhorias e se continuem a ver edifícios antigos com arquitectura impagável e painéis de azulejos riquíssimos em beleza, também se apercebem cantos e recantos de pobreza e abandono. O que é uma pena.




P.S.:
O seu a seu dono!
Afirmei que o "andante" se esgotava com uma passagem de ida ou de ida e volta passando, a partir daí, a fazer parte do lixo ecológico que enche os nossos espaços.

Não inventei, foi o que me disseram algumas pessoas do Porto, mesmo junto à máquina comedora de moedas.
O XISTOSA, que é um "tripeiro" de longos anos, informou que, afinal, o andante é recarregável. Ficam aqui a rectificação e as minhas desculpas. E o agradecimento ao Xistosa.