sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Soberbo blogue de fotos de Angola!

Tenho andado afastado das lides internauticas, num marasmo que me arrasta entre o pintar um ponto final, manter as reticências, ou dar vida a este cantinho.

De facto, não só a falta de tempo, mas também a de disponibilidade que a vida profissional me retira em termos de inspiração mínima, me têm deixado nas "meias-tintas".

Hoje, como faço de vez em quando, comecei a minha volta pelas minhas "Visitas Aconselhadas".

Quando bati à porta do BIMBE do Lubango, fiquei simplesmente fascinado com uma das fotos e fui visitar a fonte.

É um blogue só de fotos do quotidiano de Angola, o ANGOLA-EM-FOTOS, que já está ali ao lado, nas visitas aconselhadas.

Como é óbvio, ainda o não conhecia. Cada foto é um regalo para a vista. Na perspectiva, no tema, na definição, na luz, ...

Convido-vos a irem até lá dar uma voltinha. Isto, claro, para os poucos que ainda não conhecem aquele canto.

De lá, tirei a foto que me fez movimentar e aqui a deixo. Não sei como a vêem. A mim, hipnotizou-me.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

ANTÍPODAS

Hoje (já ontem se sentiu), a Bélgica acordou em feriado nacional.

Este 11 de Novembro é data de, pelo menos, duas efemérides que me dizem algo, pessoalmente falando, e ambas ligadas ao fim de impérios, onde Portugal também foi actor, embora de formas bem diferentes.

ARMISTÍCIO da G.G.

11 de Novembro de 1918

"Caminhos da memória"
Na I Guera Mundial, o Corpo Expedicionário Português (CEP) arrastou-se por terras das Ardenas e da Flandres, trincheiras cavadas, chuvas, frio e muitos tiros.

Em Richebourgh l’Avoué (Neuve-Chapelle - França), existe um espaço onde repousam os restos mortais de uns quantos daqueles soldados que foram dizimados pelas tropas alemãs, entre eles, os do meu avô paterno.

Cemitério aos portugueses em Richebourgh l'Avoué
Passam-se hoje 90 anos sobre o acordo (Armistício) que permitiu pôr fim aos disparos de um e outro lado, abriu caminho à declaração de paz e oficializou vencedores e vencidos, com os preços a pagar pelos últimos pela aventura de que foi o terem iniciado uma guerra que envolveu as potências de então, destruiu parte da Europa e deixou milhões de mortos no terreno.

A Bélgica, país diminuto encravado entre dois países gigantes na Europa, sofreu notoriamente com esta guerra, tal como com a II. Basta andar pelo país, seja nas cidades ou nos campos, para ver como a cada canto esse sentimento belga se expressa: monumentos, campas avulsas, cemitérios dedicados ...

INDEPENDÊNCIA



11 de Novembro de 1975


Há 33 anos, a bandeira portuguesa deixou definitivamente de flutuar no “mastro da soberania sobre Angola”, substituída por uma outra (de facto, foram três, em locais diferentes do território, mas só uma foi internacionalmente reconhecida) que marcou o nascimento de um novo país e, simultaneamente, a parte final do caminho imperial português.

Neste caso, infelizmente e ao contrário do anterior, não significou início de paz, nem acabou com disparos, bem pelo contrário.

Apeado o colonizador (antes mesmo dessa saída), a guerra civil foi queimando o país durante quase 3 décadas. Todo (ou quase todo) o esforço do país foi dedicado à guerra.

Milhares decidiram-se ou "foram induzidos" a decidirem-se pelo abandono do país. Quantas vidas perdidas, quantos recursos esbanjados. Enfim, foi o parto possível do país, por cordéis puxados mais do exterior que do interior, onde Portugal ficou muito mal na foto.

Actualmente, tudo indica que o país caminha sobre uma paz duradoura, espera-se e deseja-se que definitiva. É tempo de (re)construir. Infraestruturas e estruturas sócio-económicas, mas também de não deixar abrir feridas passadas.

Fiquei indelével e eternamente ligado aquele território. Nele aprendi a andar, a correr, a cair, a falar, a ler e escrever, fiz amizades, dei uns quantos anos da minha vida. Felizmente.