terça-feira, 10 de novembro de 2009

Porte de Hal / Hallepoort. Bruxelles – BE

A Porta de Hal (que foi a porta de entrada e saída em direcção a Hal / Halle, por uma ponte levadiça) é o último vestígio da segunda muralha defensiva da cidade de Bruxelas, da época medieval.

Construída por volta de 1350 – 1381, um século após a primeira muralha (de que ainda existem, também, alguns vestígios), alargou a área da linha de defesa da cidade em expansão, para melhor a proteger.

A porta é uma torre, tipo castelo, situada num dos pontos mais elevados da cidade (hoje Saint-Gilles), o que lhe aumentava a eficácia defensiva. Daí o seu antigo nome, “Porte d’Obbrussel” (Haut-Bruxelles).

Com a perda da sua função inicial, já foi celeiro, abrigo de mendigos, arquivo e museu, destino que mantém actualmente, tendo sofrido várias remodelações que lhe foram alterando o seu aspecto, embora sempre na mesma base. A última renovação deu-se em 2007/2008. Exteriormente, perdeu a vegetação que cobria e moldava a fachada, que era algo que gostava de ver, mas acredito não dava muita saúde às pedras da parede.

Actualmente Centro de Cultura Urbana, do Museu Real de Arte e de História, tem uma exposição permanente sobre a história da cidade e da própria torre e, na parte superior da mesma, exposições temporárias.

Aqui ficam, como é hábito, umas fotos em slideshow.

Chemins de Compostelle. Bruxelles – BE

Caminhos de Compostela, em Bruxelas.

Bruxelas era uma das povoações atravessadas pelas peregrinações a Santiago de Compostela (Saint-Jacques de Compostelle), que utilizavam um dos dois principais trajectos provenientes dos, ou passantes pelos, Países Baixos.

Na Porta de Hal, existe, oferecido pelo governo da Galiza, um monumento aos peregrinos que ao longo de séculos por aqui passavam, ou daqui partiam, rumo à igreja de Santiago de Compostela.

Actualmente, em Portugal, fazem-se meia dúzia de Km de peregrinações até Fátima. Estradas asfaltadas, sem declives, locais para pernoitar e para comer, assistência policial e de saúde. Alguns dias de caminhada, e é um falatório e notícia em tudo o que é comunicação social, como sendo um grande sacrifício (e até acho, pessoalmente, que o seja).

Imaginem como seria, há séculos (muitos), fazer quase 2.000 Km, ou mais, dependendo do ponto de partida, mais outros tantos no regresso, sem nenhum luxo dos que existem hoje.

Como deveria ser duro. Mas as mentalidades estavam talhadas para o sacrifício salvador. Também haveria, concerteza, aqueles que tirariam partido de uma viagem longa, por paragens não conhecidas, verdadeiras oportunidades de fazer turismo na natureza.
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Numa lápide, ao lado do monumento, pode ler-se:

Cette pierre levée, antique symbole solaire, dédiée au Pèleriin Anonyme, a été offerte par la Xunta de Galicia et érigée au point de rassemblement et de départ du pèlerinage vers Saint-Jacques de Compostelle.

Deze stenen zuil, een zonnesymbool uit de oudheid en opgedragen aan de Onbekende Pelgrim, werd geschonken door de Xunta de Galicia Zij werd opgericht op het verzamel en vertrekpunt van de pelgristocht naar Santiago de Compostela.

Esta escultura, antiguo simbolo solar, dedicada al Peregrino Anónimo, ha sido ofrecida por la Xunta de Galicia y erigida en el punto de encuentro y de salida de los peregrinos hacia Santiago de Compostela.

Esta pedrafita, antergo simbolo solar, dedicado ó Peregrino Anónimo ha sido doada pola Xunta de Galicia e erixida no punto de encontro e de saida dos peregrinos para a Santiago de Compostela.

Manuel Fraga Iribarne,
Président de la Xunta de Galicia
Voorzitter van de Xunta de Galicia
Presidente de la Xunta de Galicia
Presidente da Xunta de Galicia.

Eric André,
Secrétaire d’Etat des Travaux Publics de la Région de Bruxelles Capitale
Staatssecretaris voor de Openbare Werken van het Brussels Hoofdstedlijk Gewest
Secretario de Estado de Obras Públicas de la Región de Bruselas Capital
Secretario de Estado de Obras Públicas de Rexion de Bruselas Capital.

XACOBEO 99
Galicia

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Em queda.

Ontem, começou a cair uma parede de betão, de arame farpado, de metralhadoras e, essencialmente, de mentalidades, que separava, de um lado, um espaço que tinha prometido ser "o sol na terra" para quem nele vivesse, e do outro lado, o espaço que continua a prometer ser o paraíso.

Foi a 9 de Novembro de 1989.

Já lá vão 20 anos.

Continuamos, uns mais que outros, na penumbra entre o sol e o paraíso.