Como e enquanto português, sou europeísta convicto, do corpo à alma e vice-versa.
Num mundo cada vez mais globalizado, os países europeus que vão formando este espaço em que vivemos em relativa cidadania comum, e especialmente os países mais pequenos (não me refiro à dimensão geográfica, ou somente a ela), sobreviverão melhor se se unirem num bloco que possa fazer ouvir as suas culturas e tradições e línguas, mas também, e acima de tudo, os seus interesses económicos próprios e diversos, desde que enquadrados em políticas de partilha dos "lucros e perdas".
Ora, como europeísta, defendo que a Europa não se pode "constituir", ou "ir-se constituindo", com golpes de política saloia.
Os partidos políticos têm de encontrar nos seus discursos próprios, a fronteira que destrinça a luta essencialmente de nível nacional, daquela que é as suas posições no processo europeu. E assumi-las com todas as suas consequências. Fim ao discurso populista e fácil num momento, para num outro momento mudar de agulha, só porque se alterou a sua posição relativa.
Um Tratado não é matéria que se adeque a referendos ?!
Mas todos deveriam ter pensado nisso quando andaram a propagandear que queriam este "passo para a Europa" submetido a consulta popular, por referendo. Independentemente do nome de baptismo que realmente tem, ou da cor das roupas em que vão meter o tratado.
Desunhem-se, Partidos Políticos, de forma honesta e com pouco "folclore", para poderem passar os pontos de vista que defendem como os melhores para o "nosso torrão" à beira-mar plantado! Em linguagem da mais simples possível, mas completa, que é a mais difícil de ter. Utilizem os "media", e comecem quanto mais cedo melhor, para que todos possam perceber do que se fala e o que se muda. Levem a que todos digam o que pensam, com tempo e sem "altas temperaturas" baixas. Que reflexos, na perspectiva de cada um, terá este processo de construção que vai ter mais um passo a dar.
Reflexos a curto, a médio e a longo prazo. E o que poderia acontecer se não fosse dado.
Como e enquanto português, sou um europeísta convicto.
Por isso eu quero ver o povo referendar
este "Tratado Europeu de Lisboa", para que esta Europa tenha corpo e alma, em vez de caminhar para uma organização fantasmagórica e distante.