terça-feira, 15 de dezembro de 2009

2009 / 2010. Festas Felizes, Ano próspero.

A quem, durante este ano de 2009, aqui veio bater à porta e deixar uma palavra, de apoio ou de crítica, e a quem apenas por aqui passou e espreitou, os meus votos de Boas Festas natalícias e de um ínico de 2010 promissor de um ano melhor que todos os demais até agora, especialmente quanto a saúde e, porque não, vil metal q.b., para que não falte a felicidade completa.
Até ao próximo ano.






Tu que dormes à noite na calçada do relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão


E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher


Quando Um Homem Quiser, por Ary dos Santos

domingo, 22 de novembro de 2009

Andando por aqui...

... fui vendo "O pensador", lá no alto do seu 3º andar, ao ar livre, observando e pensando o que fazem tantos passantes de mala de rodas a circular pela Av. Michel-Ange;

... dei dois olhares sobre a mãe e os seus 3 filhotes, no Parque Real;

... apreciei a imponência da estátua do General Bélliard, num ambiente cinzento colorido por bandeiras, olhando para o Parque Real, de costas voltadas para a baixa da cidade;

... já com a noite a cair, voltei a olhar sobre a cúpula do museu (antiga Casa do Rei), na Grand Place e

... reparei que se dava início aos preparativos dessa praça para o Natal, com o palácio municipal em fundo;

... no caminho de regresso, achei que devia partilhar convosco este quadro crepuscular da Catedral de S. Miguel e S. Gudula;

... e, finalmente, um peculiar sopro a obrigar ao voltar de costas das bandeiras belga e europeia, no Parlamento Federal belga, junto ao Parque Real.
Não sei se por alguma razão especial!

La Bourse. Bruxelas - BE

O edifício onde se instalou a Bolsa de Valores de Bruxelas, no Boulevard de Anspach, foi construído entre 1868 e 1873, seguindo o projecto do arquitecto Léon-Pierre Suys, no local onde se situou o antigo mercado da manteiga e, ainda antes, o "Couvent des Récollets", antigo convento de irmãos franciscanos.

Imponente, quanto ao tamanho, no exterior podem ver-se, entre outras coisas, algumas esculturas e, também, representações em alto-relevo simbolizando actividades económicas, a toda a volta, onde todos os trabalhadores são representados por crianças.

Deixo umas fotos, algumas em que intencionalmente escureci as zonas exteriores aos altos-relevos, para que melhor se possam ver os motivos.




terça-feira, 10 de novembro de 2009

Porte de Hal / Hallepoort. Bruxelles – BE

A Porta de Hal (que foi a porta de entrada e saída em direcção a Hal / Halle, por uma ponte levadiça) é o último vestígio da segunda muralha defensiva da cidade de Bruxelas, da época medieval.

Construída por volta de 1350 – 1381, um século após a primeira muralha (de que ainda existem, também, alguns vestígios), alargou a área da linha de defesa da cidade em expansão, para melhor a proteger.

A porta é uma torre, tipo castelo, situada num dos pontos mais elevados da cidade (hoje Saint-Gilles), o que lhe aumentava a eficácia defensiva. Daí o seu antigo nome, “Porte d’Obbrussel” (Haut-Bruxelles).

Com a perda da sua função inicial, já foi celeiro, abrigo de mendigos, arquivo e museu, destino que mantém actualmente, tendo sofrido várias remodelações que lhe foram alterando o seu aspecto, embora sempre na mesma base. A última renovação deu-se em 2007/2008. Exteriormente, perdeu a vegetação que cobria e moldava a fachada, que era algo que gostava de ver, mas acredito não dava muita saúde às pedras da parede.

Actualmente Centro de Cultura Urbana, do Museu Real de Arte e de História, tem uma exposição permanente sobre a história da cidade e da própria torre e, na parte superior da mesma, exposições temporárias.

Aqui ficam, como é hábito, umas fotos em slideshow.

Chemins de Compostelle. Bruxelles – BE

Caminhos de Compostela, em Bruxelas.

Bruxelas era uma das povoações atravessadas pelas peregrinações a Santiago de Compostela (Saint-Jacques de Compostelle), que utilizavam um dos dois principais trajectos provenientes dos, ou passantes pelos, Países Baixos.

Na Porta de Hal, existe, oferecido pelo governo da Galiza, um monumento aos peregrinos que ao longo de séculos por aqui passavam, ou daqui partiam, rumo à igreja de Santiago de Compostela.

Actualmente, em Portugal, fazem-se meia dúzia de Km de peregrinações até Fátima. Estradas asfaltadas, sem declives, locais para pernoitar e para comer, assistência policial e de saúde. Alguns dias de caminhada, e é um falatório e notícia em tudo o que é comunicação social, como sendo um grande sacrifício (e até acho, pessoalmente, que o seja).

Imaginem como seria, há séculos (muitos), fazer quase 2.000 Km, ou mais, dependendo do ponto de partida, mais outros tantos no regresso, sem nenhum luxo dos que existem hoje.

Como deveria ser duro. Mas as mentalidades estavam talhadas para o sacrifício salvador. Também haveria, concerteza, aqueles que tirariam partido de uma viagem longa, por paragens não conhecidas, verdadeiras oportunidades de fazer turismo na natureza.
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Numa lápide, ao lado do monumento, pode ler-se:

Cette pierre levée, antique symbole solaire, dédiée au Pèleriin Anonyme, a été offerte par la Xunta de Galicia et érigée au point de rassemblement et de départ du pèlerinage vers Saint-Jacques de Compostelle.

Deze stenen zuil, een zonnesymbool uit de oudheid en opgedragen aan de Onbekende Pelgrim, werd geschonken door de Xunta de Galicia Zij werd opgericht op het verzamel en vertrekpunt van de pelgristocht naar Santiago de Compostela.

Esta escultura, antiguo simbolo solar, dedicada al Peregrino Anónimo, ha sido ofrecida por la Xunta de Galicia y erigida en el punto de encuentro y de salida de los peregrinos hacia Santiago de Compostela.

Esta pedrafita, antergo simbolo solar, dedicado ó Peregrino Anónimo ha sido doada pola Xunta de Galicia e erixida no punto de encontro e de saida dos peregrinos para a Santiago de Compostela.

Manuel Fraga Iribarne,
Président de la Xunta de Galicia
Voorzitter van de Xunta de Galicia
Presidente de la Xunta de Galicia
Presidente da Xunta de Galicia.

Eric André,
Secrétaire d’Etat des Travaux Publics de la Région de Bruxelles Capitale
Staatssecretaris voor de Openbare Werken van het Brussels Hoofdstedlijk Gewest
Secretario de Estado de Obras Públicas de la Región de Bruselas Capital
Secretario de Estado de Obras Públicas de Rexion de Bruselas Capital.

XACOBEO 99
Galicia

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Em queda.

Ontem, começou a cair uma parede de betão, de arame farpado, de metralhadoras e, essencialmente, de mentalidades, que separava, de um lado, um espaço que tinha prometido ser "o sol na terra" para quem nele vivesse, e do outro lado, o espaço que continua a prometer ser o paraíso.

Foi a 9 de Novembro de 1989.

Já lá vão 20 anos.

Continuamos, uns mais que outros, na penumbra entre o sol e o paraíso.

domingo, 1 de novembro de 2009

Á G U A





O Espaço no-la trouxe.

O Espaço no-la levará.

Só não sabemos quando, e todos pensamos que mais vale tarde.

Variação do tema anterior, mas em versão "molto allegro"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ocultem a face! Dúvidas muitas, algumas certezas.


Eu, por estes dias, não deveria estar a escrever sobre a "Operação Face Oculta".

Ou deveria?

Mas como o estado da justiça, no nosso Estado, está como está... cá vai.

“Segredo de justiça vs Presunção da inocência”:

Faz sentido, num Estado de direito, que venham a público nomes de pessoas, ligando-as a possíveis comportamentos criminosos, quando ainda decorre o processo de investigação, mesmo que algumas delas já tenham sido constituídas arguidas?

Isso acontece “contra a vontade” das autoridades judiciais, isto é, porque alguém na comunicação social, ou a ela ligada, tem um “sistema organizado e lubrificado de escutas” que leva a conhecer o que se passa dentro dos corredores das autoridades de polícia?

Ou, antes, é uma nova forma intencionalmente assumida (e sistemática, já se pode dizer) de fazer a política de/na investigação, especialmente quando estão envolvidas determinadas figuras políticas ou politicamente relevantes?

Se assim não é, porque alimentam o circo?

O que será que faz mover esta quebra sistemática do segredo de justiça? Criar um Estado, e um estado, comatoso, não reactivo, de indiferença (ou mesmo de aceitação como normalidade) sempre que se venha a saber que houve corrupção envolvendo “personalidades” políticas? Ou será a consciente aceitação de que é a única forma de punir as ditas, já que os processos acabam como se sabe?


“Status quo vs Revolução”:

O país precisa de fazer uma revolução ao actual regime de processo penal, para que não se promova a ilegalidade, ainda por cima em área de alta sensibilidade, como da aparente normal violação da presunção da inocência pela mediatização circense da violação do segredo de justiça;

O país não pode continuar a pactuar com procedimentos criminais prematuramente muito badalados, mas que não são consequentes no que toca ao fim para que deveriam ter nascido;

O país não se vai aguentar muito mais tempo com processos ditos de combate à corrupção, ou outros, que pretensamente envolvem pessoas que devem, ou deveriam, ser um referencial de e para a nação;

O país não resistirá muito mais tempo a ver processos ditos abertos para punir pessoas que terão enchido os bolsos, com milhões que fazem falta ao país que vive em endémico sufoco financeiro, e que terminam, precisamente, enchendo os bolsos a essas mesmas pessoas, via indemnizações.

Precisam-se de pocessos criminais desenvolvidos dentro de parâmetros objectivos e sem circo, que levem rapidamente, sem apelo nem agravo, corruptos e corruptores (não há uns sem outros) a “ocultarem a face” para o resto das suas vidas, se ainda lhes restar um pouco de vergonha.

E, também, se necessita de inventar um sistema eficaz de aferição política do carácter ético de cada actor político, antes e durante o exercício de funções públicas.

Circo prematuro? Não, obrigado. Ocultem a face.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dia do Exército. Colégio Militar. Polémicas... outravez.

De tempos a tempos, especialmente na última década, vem à baila a educação no Colégio Militar (CM) e a necessidade de acabar com a instituição (e a sua similar – PE), quase nunca frontalmente assumida. Ver agora o BE directamente envolvido nesta polémica é que me deixa meio confuso. Ou talvez não. Afinal, já é um partido do poder.

Para quem vive fora de Lisboa e não conhece o local onde se situa o CM – mas é mesmo só por esta razão – lembro que o colégio se encontra instalado numa área nobre da cidade, terreno de muitos hectares, ali mesmo ao lado do CCColombo e do Estádio da Luz, com a 2ª Circular a tocar um dos lados. Imagino, sem conseguir saber ao certo, em contado, o valor comercial do terreno e nem isso consigo imaginar quando se fala nos valores que podem resultar da especulação imobiliária a edificar no mesmo. Isto, claro, se o CM sair dali, o que espero nao venha a acontecer.

Ah, mas estava a falar da polémica da educação que se ministra e vive no Colégio Militar, agora a eventual caminho dos tribunais criminais, junto com alguns antigos alunos.

Concordo que, entre outras coisas, uma lambada que perfura o tímpano é coisa grave que necessita de correcção e, para aquele ambiente, especialmente de prevenção. Não sei se propriamente tão grave que leve o jovem daquela instituição, autor de tamanho crime, a sentar-se no banco dos réus e a ficar com um registo criminal que, com o tempo, se virá a ler difusamente mas sempre a ensombrar o seu futuro.

Ao que parece, uns pontapés no rabo de um miúdo, dados por outro miúdo, também merecerá tratamento criminal, clamam alguns.

Como sabemos, vivemos num país onde qualquer comportamento socialmente reprovável e reprovado leva o seu autor a responder pelo crime e a ser severamente punido. Não escapa, não tem escapado, nenhum. Somos um país exemplar, quase sem crimes!

Nas demais escolas públicas e privadas, mesmo sem estarem situadas em terrenos valiosos para fins imobiliários, não se vislumbram processos criminais a nascer, claro. Simplesmente porque não há, não tem havido, nada que se possa comparar ao que se passa no CM:

pontapés no rabo e murraças na face; lambadas de ferver; facas a cortar colegas ou, tão-só, a coagi-los a qualquer coisa; furtos e roubos de dinheiro e objectos, a colegas; comércio e consumo de drogas; professores a receber insultos e agressões físicas; instalações vandalizadas; etc; etc; e etc. Nada disso acontece. Por isso, os papás, aí, não se exaltam. Estou a ser propositadamente irónico, claro.

Também não acontece, nessas escolas públicas e privadas, terem aulas de manhã à noite, sem “furos”, e que vão das disciplinas curriculares normais, à equitação, à ginástica, à esgrima, a diversas modalidades de desporto, à disciplinar militar, etc, instalações condignas e bem mantidas, laboratórios e bibliotecas bem equipados, liberdade com responsabilidade. Claro que também existe o regime interno, com o elevado risco que é jovens terem que se auto-governar durante 24 horas sobre 24 horas, aprendendo a crescer juntos.

Fico estupefacto com pais de alunos do CM que se queixam, ou denunciam, criminalmente, porque os filhos, que eles decidiram meter na instituição, levaram uns pontapés, uma “galheta”, de um jovem adolescente, mesmo que tenha mais 2, 3 ou 5 anos em cima. E pergunto se o fariam no caso do mesmo filho sofrer o mesmo tratamento, ou pior, se estivessem numa outra escola.

Pergunto-me se inscreveram os filhos no CM conscientes da vida que forçosamente os aguardava, e era forçosamente previsível, ou se foram tão inconscientes que nem imaginaram isso ou, pior, apenas se limitaram a ir depositá-los em estabelecimento onde ficariam a dar-lhes (aos pais) liberdade 24 horas por dia, durante toda a semana útil.

Parece-me que - para além de realmente serem necessárias medidas para melhorar, seja lá o que for e o CM não foge à regra, é susceptível de ser melhorado, e a vida da instituição militar tem tradição mas sempre vai ter que se ir adaptando aos tempos, desde que não perca a sua identidade - parece-me, dizia, que a direcção do CM terá que passar a ser mais exigente nas provas de selecção, não só dos alunos mas, especialmente, dos pais dos potenciais alunos.

O meu filho foi aluno do CM. Ele sente muito orgulho disso e eu por ele o ter sido.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

domingo, 11 de outubro de 2009

Ciclos da vida humana

A artista ucraniana Kseniya Simonova ganhou a versão ucraniana do “America’s Got Talent” apresentando o seu talento artístico com uma caixa de luz, música dramática, imaginação e “pinturas de areia”, para interpretar a invasão germânica e a ocupação do seu país, durante a II Guerra Mundial.

domingo, 4 de outubro de 2009

A-C-O-R-D-Á-S-S-E-M mais cedo!!







Não se esqueçam de ir trabalhar bem cedo.


O sarcasmo de um funcionário da empresa de manutenção da estrada pode morar ali na esquina.

sábado, 3 de outubro de 2009

Referendo. Uma resposta. Muitas perguntas.

Tudo indica que a Irlanda disse SIM ao Tratado Europeu de Lisboa.

O que será que, em um ano, mudou no Tratado Europeu de Lisboa sem que se lhe tivesse tocado substancialmente?

O que terá levado a que uma Nação (a maioria vincula a totalidade) tenha dito NÃO, há uma ano, e diga SIM, agora?

O que foi que vergou uma Nação a um NÃO?

Ou que foi que vergou uma Nação a um SIM?

Logo agora que a crise económico-financeira parece estar a mudar de direcção, porque será que a Irlanda decidiu entrar em contradicção consigo própria?

Será que toda a Nação, há um ano, disse NÃO a outra coisa que não ao Tratado Europeu de Lisboa, e este apenas apanhou por tabela?

Ou será, pelo contrário, que a Nação sabia o que queria e teve que dizer que SIM a outra coisa que não ao Tratado Europeu de Lisboa?

Terá a Irlanda dito NÃO ao governo de então, através do referendo?

Terá o referendo recebido um SIM, quando os irlandeses quiseram dizer Não a outra coisa?

Terá sido a ameaça constitucional, mais ou menos subliminar, de que na Irlanda não se voltaria a votar um referendo ao Tratado, se agora ganhasse o NÃO, que amançou uma Nação?

Estranha democracia europeia esta, em que os seus povos andam, ou parecem andar, ao sabor da ocasião perante matérias da fundação das suas nacionalidades. Será que, afinal, as nacionalidades estavam apenas forjadas em interesses pouco comuns? Eram fictícias?

A iluminação das elites venceu a vontade das massas disformes. Talvez, afinal, sempre assim tenha sido e sempre assim terá que vir a ser.

Vergou-se um resistente. Ou terá sido vergado. Ou nem era resistente, afinal.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Monumento belga ao Congo

Monumento belga ao CONGO

No Parque do Cinquentenário, em Bruxelas, existe um "Monumento construído aos primeiros pioneiros belgas" (MONUMENT ELEVE AUX PREMIERS PIONNIERS BELGES).

Estava com aspecto nada bom mas foi restaurado há poucas semanas. Embora com algumas mazelas que o tempo provocou, encontra-se com aspecto limpo. Por isso o trago cá.

Tem várias inscrições efectuadas na pedra, quer em francês, quer em neerlandês, nem todas já em boas condições de leitura.

Monumento em forma semi-circular, tem na parte central inferior um pequeno tanque, numa alusão ao Rio Congo (LE FLEUVE CONGO / DE STROOM CONGO) e, "numa das margens", uma escultura composta por um africano e um crocodilo entre ervas altas.

Sobre os relevos da escultura central aparece uma inscrição, citando o rei:

"J'ai entrepris l'oeuvre du Congo dans l'intérêt de la civilisation et pour le bien du peuple belge".
LEOPOLD II
3 JUN 1906

Lida aos olhos de hoje ... ... ... vai lá, vai!

Aos de então, era a linha política soprada aos 4 cantos pelas potências coloniais - umas mais que outras, embora este monarca belga tenha ficado registado, na história colonial africana, como um dos mais cruéis. Para "Les fantômes du Roi Léopold - Un holocaust oublié", o epíteto "cruel" é elogio.

Fiquem com olhares do mesmo. Cliquem em "Show info" para verem os comentários e regulem a velocidade de passagem.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aqui há patos!

Estive agarrado à RTPi a ver o espectáculo nacional destas eleições (parabéns à RTP).

Vi que o 1º líder a vir às tvs foi a do 2º partido mais votado, contrariando a "praxis" televisiva até agora seguida. Talvez porque foi o único a assumir uma derrota nestas eleições.

Votos contados e lugares de deputados atribuídos, ficámos a saber que tanto as vitórias como as derrotas são conceitos voláteis.

Vi, também, um líder que, por ter subido para 2 dígitos percentuais, inchou tanto que se colocou em bicos-de-pés para se manter equilibrado à espera de chegar o seu tempo de antena nas tvs. Alguém o deve ter convencido que tinha ganho as eleições!

Ainda bem que não chegou esse tempo, isto é... lá apareceu por uns segundos.

Vimos que o partido mais votado e com mais deputados eleitos e que, por princípio, será o chamado a formar governo, quando apareceu a falar à "urbi et orbi" o fez de forma brilhante no que toca ao "secar as janelas de oportunidades" (melhor diria, as portas) ao outro que pensava que tinha ganho as eleições.

Mas achei, acho, que há qualquer coisa que não bate bem nestas eleições.

Tirando aquela aparição extemporânea da líder do PSD (não deve ter dormido toda a noite com tal falha), parece que só houve vitórias. Todos ganharam neste país à beira-mar plantado. Foi só aumentos!

- Aumentou o universo eleitoral com mais de meio milhão de novos eleitores;

- Aumentou o número de partidos a concorrerem ao farrobodó. Foi tal a pulverização que muitos se devem ter ficado pulverizados por muito tempo (um lá (re)chegou ao maná);

- Aumentou a abstenção, em termos absolutos e percentuais;

- O PSD teve mais votos e mais deputados do que tinha;

- O PS foi o mais votado, logo ganhou as eleições;

- O BE, o CDS e o PCP também ganharam, pois aumentaram em votos obtidos e deputados eleitos, mesmo que com mudança na ordem da fila.

Ganharam todos.

Ora, como em jogos não é possível haver vitórias de todos contra todos... aqui há patos!
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domingo, 27 de setembro de 2009

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domingo, 20 de setembro de 2009

Alguns olhares em KNOKKE - BE

Ontem, se não me engano, vi o verão deste ano a levantar voo destas paragens, definitivamente.

Um dia muito quente e, até, abafado, com céu limpo, levou-me até Knokke-Heist, junto à fronteira com a Holanda.

Knokke é a cidade com a estância balnear mais "in", mais "chic", da Bélgica.

A provar que era dia de verão, vi logo à chegada as esplanadas repletas, muito movimento pelas ruas, tudo em roupas de veraneio, e até as esperguiçadeiras na praia estavam com clientela a condizer. Tudo a trabalhar para o bronze. Dentro de água (não quero mentir), vi para aí uns seis ou oito pés. Bem, vá lá, dois ou quatro até às canelas.

E a certo momento, uma "voadora" cortou o silêncio do descanso com um som assustador de motores com muitos cavalos a relinchar lá dentro e a levantarem muita espuma da água, a uma velocidade que eu só tinha visto pelas televisões.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Até vale tirar olhos!

Hoje, à hora do almoço e pela RTP i, os portugueses assistiram a uma declaração acerca das escutas, efectuada por duas personalidades da política portuguesa.

A primeira, foi efectuada pelo Presidente da República de todos os portugueses, naquele solene ar que nos remete para uma personalidade de Estado, que a maioria da população lhe reconhece (cito de memória):

"No período de campanha eleitoral, o Presidente da República abstém-se de fazer qualquer comentário que possa ter uma leitura partidária ..."


A segunda, saída da mesma boca, no mesmo momento, foi efectuada pelo Prof Cavaco Silva (e também cito de memória):

"... Mas logo a seguir, não deixarei de pedir uma auditoria aos Serviços de Segurança."


Ora, ora, Sr Prof. Cavaco Silva!

Sem o "mas", a segunda frase já o contradizia suficientemente em relação à primeira afirmação como Presidente da República.

Com esse "mas"... tudo ficou mais claro, pelo menos para mim.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Chateâu de La Hulpe - BE

O Palacete de La Hulpe e o terreno onde se encontra, em La Hulpe (La Palisse não diria melhor :-0 ) é um espaço que merece uma visita. Silêncio, muito verde com árvores de provecta idade e porte respeitoso, lagos, aves, paz, locais óptimos para uma boa leitura ou para dar umas corridinhas, bar-restaurante (Taverne de l'homme de Bleu), o Museu de Folon, ... .
Junto ao palacete, de quando em vez, há espectáculos. Desta vez, foi a ópera Aïda.
Suspendo as citações que vinha fazendo e deixo o slideshow das fotos.


domingo, 13 de setembro de 2009

Construindo a destruição

All love that has not friendship for its base, is like a mansion built upon sand.

Ella Wheeler Wilcox
1850 – 1919

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Chateâu de La Hulpe

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A galope

Did you ever see an unhappy horse?
Did you ever see bird that had the blues?
One reason why birds and horses are not unhappy is because they are not trying to impress other birds and horses.


Dale Breckenridge Carnegie
1888 - 1955


Chateâu de La Hulpe

Visto em Chateâu de La Hulpe

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Galopando

Old minds are like old horses; you must exercise them if you wish to keep them in working order.

John Adams
1735 – 1826


Chateâu de La Hulpe
Vistos em Chateâu de La Hulpe

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Verde 2

If you reveal your secrets to the wind
you should not blame the wind for revealing them to the trees.


Kahlil Gibran
1883 - 1931

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Vista em Chateau de La Hulpe - - - - - - - - - - - - - -

domingo, 6 de setembro de 2009

Verde

There's nothing that keeps its youth,
So far as I know, but a tree and thruth.


Oliver Wendell Holmes
1809 - 1894

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Vista em Chateâu de La Hulpe - - - - - - - - - - - - -

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Escapadinha a Paris - FR ...

... e os combóios (composição de metro) a rodar com pneus.

Paris - FR


Estação de metro com nome muito sugestivo para a língua portuguesa.

Paris - FR

E algumas outras vistas.


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Preciso de forças para mais um ano de trabalho ...

... a Dios le pido.

domingo, 16 de agosto de 2009

Paradisio – BE

Paradisio, em Brugelette, entre as cidades de Ath e de Mons, a cerca de 60 Km de Bruxelas.

Ontem, sábado, 15.08.2009. Sol todo o dia. Temperaturas tropicais acima dos 30º C.

Espaço especial para crianças, mas cheio de adultos felizes.

Muito amplo, cheio de verdes, cores fortes, lagos, flores, muitas aves e outros animais, gaiolas gigantes para acolher aves de grande porte, onde se pode entrar, outras normais, mais para a passarada, algumas aves a viver livremente, estufas frias e tropicais, com fauna e flora a condizer.

Inebriante.

Um dia bem passado, que indico a quem ainda não conhece.

Fica uma pequena amostra.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Just you and me. We are the world!

E já lá vão muitos anos. 1984/1985 - 2009, foi um quarto de século.

Étiópia e a fome e a doença (e a guerra, sua principal fonte), já reuniam artistas pela luta contra o pior dos humanos.

Já nessa altura, ao que parece, o dinheiro ia parar a outras mãos, que não os putativos destinatários.

"We are the world", da "USA for Africa" ( = United Support of Artists for Africa), no entanto, ainda continua um momento para ser ouvido e visto e rever algumas caras.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

É melhor estar quieto

Um máxima que espelha ao mesmo tempo a sabedoria popular ancestral; o grito permanente de uma multidão em revolta rumo à vitória; e o seu oposto, o conformar-se com o ciclo de que, mesmo quando a vitória chega, ela é efémera.

"O ser humano no seu melhor (pior)".




Recebida por e-mail. Agradecimento a quem ma enviou, A.R.

sábado, 1 de agosto de 2009

Rapidinhas por Lille - França


terça-feira, 28 de julho de 2009

Vista AQUI - - - - - - - - - - -




Vou a banhos, que o verão não está a dar "pró pitrol".

domingo, 26 de julho de 2009

Mamma ...

... todos os dias continuam a ser teus.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pedra filosofal do PSD

Hoje li no jornal “Público” (entre outros), que o PSD vai apresentar um programa eleitoral “minimalista”.

De imediato me lembrei de como têm sido fartos de promessas os programas dos partidos que, rotativamente, têm andado a cavalgar este passivo e pacífico povo luso de que orgulhosamente faço parte.

E assaltou-me a dúvida do que seria isso de programa minimalista, pequeno, simplista, exequível, ...

Será que é alguma antecipação, já certa, de que estas eleições estão ganhas e que, por isso, há só que assegurar linhas sintéticas e suficientemente abstractas para memória futura, para tudo ficar coberto e nada assumido, do mínimo ao máximo e, por isso, não haver falha possível a apontar na próxima corrida, ou é fruto de incapacidade de ir contra "a tal de crise” que ainda há poucos meses não existia, e muito menos era grave, mas que já começa a assentar nos discursos laranja da campanha pre-saborosa a governação?

Ufa, que lá vem mais do mesmo, para pior, já que não sendo o original, a cópia nunca sai melhor.

Entre um programa cheio de sonhos sob forma de promessas e um pífio de horizontes... venha o diabo e escolha.

"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
"

terça-feira, 21 de julho de 2009

O dia 21 de Julho - em 3 momentos

1º Momento:

Hoje é o Dia Nacional de Guam, que é uma ilha no meio do Oceano Pacífico, a maior na Micronésia.

Vivam os “Chamorros” (naturais da ilha).

Guam foi espanhola, quando o português Fernão de Magalhães, às ordens de Castela, chegou a esse paraíso; foi americana em finais do século XIX; na II. G.G. foi invadida e ocupada pelos japoneses; e a 21 de Julho de 1944 os americanos voltaram à ilha para reocupá-la, daí o seu dia nacional.

Tem um estatuto híbrido: não é um estado federado dos E.U.A.; não é considerado como uma possessão (em “português pouco politico”, quer dizer, colónia); tem pois o estatuto de território não incorporado, mas sob jurisdição dos E.U.A., o que é outro eufemismo para a mesma realidade, penso.

GUAM é, também, nome de uma organização internacional de cooperação entre a Geórgia, Ucrania, Azerbeijão e Moldávia.



2º Momento:


Hoje é, também, o Dia Nacional da Bélgica.

Desde 1890 que é assim.

A 21 de julho de 1831, o primeiro rei belga, Leopoldo de Saxe-Coburgo, jurou fidelidade à Constituição e comprometeu-se a manter uma monarquia constitucional e parlamentar, marcando o início da Bélgica como país independente.

Não sei se pelas adicionais medidas de segurança ( o atentado deste ano à família real do país vizinho – Holanda, terá influenciado o acréscimo dos receios), ou simplesmente por me ser impossível romper pelo pequeno espaço deixado à multidão acumulada (que quanto a mim este ano foi menos que nos anos anteriores), não consegui ir até um ponto que me permitisse fotografar o momento da passagem do desfile militar pela tribuna real. Desisti. Mas ficam alguns olhares, onde a parte militar é prato forte e os "momentos militares veteranos", os que mais me fixaram.








3º Momento:



Que nestes dias me deixa, desde há alguns anos, com pouco espírito para festas.

Um dia, há-de acontecer-nos a todos. É a lei natural da vida.

Para ti fica esta flor.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"That's one small step for man, one giant leap for mankind."

Foto copiada daqui - - - - - - - - - -
Foi a 20 de Julho de 1969.

Já lá vão 40 anos!
Ufa, que vai em velocidade exponencialmente acelerada!

A corrida ao espaço, lançada por J. F. Kennedy, num tempo de guerra fria (só aqueceu para os outros), levou 3 americanos até à órbita da Lua, e dois "alunaram" no Mar da Tranquilidade.

Hoje, vai haver evocação deste evento na net e jornais e TV e rádio, até à exaustão. Afinal, mesmo com eleições à porta, estamos em pleno verão.

Mas não podia, também, deixar passar o momento que vivi há 40 anos, onde muitos adultos e uns quantos jovens à minha volta se riam por eu estar tão crédulo nos relatos e comentários que se ouviam na rádio e se leram nos dias seguintes, recordando-me de como vibrei com o acontecimento.

Acreditei, desde o primeiro momento, na existência de viagens ao espaço, na possibilidade de o homem conseguir, por interesses político-militares também, mas por já se fazer sentir a necessidade de procura de novos espaços, nem que essa necessidade pudesse ter motivações mais inconscientes do que racionalmente programadas. Tal como me convenço, cada vez mais, que esta "Bolinha" maravilhosa que nos transporta não será eterna na sua capacidade de nos oferecer sustento e abrigo e, ao mesmo tempo, absorver e reciclar tanta agressão que lhe é inflingida. Claro que já não serei eu a sentir os piores efeitos de tanta agressão. Ou de que não seremos as únicas formas de vida inteligente (no conceito que é comummente aceite) em todo este espaço, do qual nem imaginamos a dimensão.

Hoje, 40 anos depois, ainda há humanos nesta nossa bola azul que não acreditam no feito, que acham que tudo não passou e não passa de mistificações e manipulações de imagens! Pior, que acham que ela, a bola azul, vai conseguir manter, "ad infinitum", este ritmo de desgaste a que actualmente a obrigamos, sem nos cortar o fornecimento de vida.

E não posso deixar de associar este evento aos que o precederam, desde os das primeiras idas ao espaço - ao cosmos, como dizem os do leste europeu - e das reportagens saídas sobre o sofrimento de cosmonautas que não conseguiam regressar à Terra, silenciado por uns e manipulado por outros, com recurso aos meios de comunicação de então: "Tenho frio, tenho muito frio", lia-se, palavras ditas por quem se encontrava literalmente perdido no espaço, para sempre, não para noticiar um desastre humano, mas mais uma derrota do outro lado, esquecendo os possíveis esforços que poderiam e deveriam ser feitos. Nesse aspecto, a nossa bola está bem melhor, actualmente.

E aqui cabe, também, uma palavra para aquele "Mestre da comunicação sobre a ciência do COSMOS", dos anos 70, que fez despertar o interesse de muitos para "o oceano" que é o Universo, onde navega este "nosso grão de poeira".
CARL SAGAN, pois claro, esse viajante do universo a partir de uma cadeira e de um estúdio.

Aos que desbravam outros mundos, como nós já o fizemos com este há 500 anos, dedico esta minha mensagem.

sábado, 18 de julho de 2009

Escapadas a MECHELEN / MALINES – (BE)

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O Escudo de Portugal

Mechelen, em neerlandês, ou Malines, em francês, a meio caminho (25 Km) entre Bruxelas e Antuérpia, já foi capital dos Países Baixos (numa configuração territorial e política diferente da actual), ainda que por um curto período de tempo, na primeira metade do século XVI.

Das ligações dinásticas que então se entrecruzavam na Europa pelos casamentos, ainda hoje se podem ver os seus vestígios, nomeadamente num brazão fixado na fachada de um edifício, onde se encontra também o escudo de Portugal, penso que devido às ligações de Isabel de Portugal com Carlos V (ou I, de Castela, nascido em Gent).

Não consegui confirmar, pois de heráldica... népias.

Se resolverem vir a estas paragens da Europa, "percam-se" um pouco por Mechelen, que vale a pena e a um saltinho de Bruxelas.

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Os negros (Nekker), tidos como demónios

No entanto, a área do município de Mechelen tem vestígios de ter tido uma pequena aldeia, de nome Nekkerspoel, de povos que terão vivido na “Era de La-Tène”, idade do ferro, cultura descendente da de Hallstatt -zona (mas que também é nome de cidade localizada à volta de um lago, que considero um verdadeiro paraíso para uma semana ou duas de férias, localizada em Salzburgo – Áustria).

Dessa aldeia primitiva herda Mechelen um dos seus ícones - o demónio. Nekker, significa “negro”, donde “aldeia dos negros”, sendo que se ligavam os negros aos demónios, aos lobisomens.

Existe uma casa, reconstruída, onde à entrada se podem ver figuras representativas do demónio:
homens chifrudos com pés de cabra.

Parece que a população se dedicava à metalurgia e, talvez por isso (não sei), andarem sempre negros pelo efeito do carvão e do fogo. Aparentemente, nada indica que seriam povos africanos ou seus descendentes.

Estava um dia de sol forte, e dizia a guia, "por isso é preciso ter cuidado com a exposição da nossa pele ao sol", olhando de soslaio para mim.

Pois, com tantas "peles de osga" no grupo, nem precisava de olhar para mim para se saber que era eu o alvo do comentário!

Só fiquei na dúvida se era um comentário positivo, por ela gostar de demónios, ou se estava com receios demoníacos.





A torre da catedral de Saint Rombaut (Sint-Rombautstoren)

Mechelen tem uma história de subidas e descidas de importância económico-política e sofreu diversos desaires bélicos que culminaram com a sua quase destruição pelas bombas da II G.G., mas que remontam a muito cedo na sua existência.

A sua catedral, que deve o nome ao missionário irlandês, ou escocês - não é certo, que cristianizou as populações da área e foi canonizado, Saint Rombaut, ainda hoje tem a sua torre inacabada devido às diversas guerras e suas destruições e pilhagens. Dos 160 metros projectados, não chega aos 100 metros de altura. As obras foram reiniciadas por duas vezes e por duas vezes foram interrompidas.

A esta catedral está ligada uma estória motivo de chacota que envergonha a população: conta-se que alguém, numa noite de Lua-cheia e muito nevoeiro, ao regressar a casa noite adentro, inspirado pelo excesso de cerveja, reparou num incêndio que consumia a torre da catedral. Dado o alerta, a população - presidente do município incluído - acorreu com baldes de água, passados de mão em mão até ao alto da torre, prontos a apagar o terrível incêndio que, numa rápida aberta do nevoeiro demonstrou não ser mais do que os efeitos do luar avermelhado agigantado pela neblina... e muito álcool. De toda a população? Ao que parece.

Por isso, actualmente, os habitantes de Mechelen ainda são conhecidos pelos “Maneblussers” (Moon extinguishers), ou, literalmente, “extintores da Lua”.

Do cimo da torre, com dois andares para pausa e exposição de artigos de museu ligados à torre e dos seus famosos dois carrilhões e maquinismo do relógio, 520 degraus depois do início, oferece-nos paisagens até onde o tempo o permite. Com a minha objectiva 75-300 consegui captar o Atomium, a 25 km de distância, com reflexos dos raios solares nas suas esferas.
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A cerveja sempre presente na Bélgica


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Produzindo “bombeiros da Lua”, a cerveja na/da Bélgica é um ícone que se encontra em cada canto que se visite.

Actualmente já existem poucas fábricas artesanais de cerveja. Mas ainda se encontram algumas.

Em Mechelen, a profusão de pequenas fábricas de cerveja não deveria ser diferente da que existiria em outras localidades da Bélgica.

Não havia refrigerantes; a água existente nos rios e canais, alguns de água estagnada, não era a bebida mais indicada; o leite, segundo a cultura destes territórios, só devia ser regularmente consumido até à perda dos dentes de leite e, provavelmente, também haveria a cultura machista de quem bebe leite... é gato (para não dizer outra coisa)!, donde poder-se encontrar uma cervejaria em cada canto, produzindo para consumo próprio e dos amigos. A maioria da cerveja era de baixo grau alcoólico e, muitas vezes, com mistura e sabor a frutos. Enfim, era um refresco e a compensação para a falta de líquidos bebíveis.

Interessante a estória de que a primeira cerveja produzida foi a cerveja preta.

Perguntou-me a guia, "sabe porquê e porque é tão saborosa?", não esperando pela minha resposta:
"Porque como a técnica ainda não estava apurada, não conseguiam retirar toda a composição que havia na água dos canais, que serviam de fossa e de meio de transporte do lixo para a povoação seguinte".

A seguir, foi hora de almoço, num barco-restaurante e, claro, não consegui ir buscar os sabores e aromas da cerveja preta.

Só uma "blonde" (loira, cerveja branca) me podia fazer companhia. Mas fiz questão de pedir "a cerveja" de Mechelen. UHMMMM! que ia outra, agora.

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A água, os canais e os rios


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O Rio Dijle


E aqui vai a última parte destas minhas escapadas por Mechelen.

É dificíl viajar pela Bélgica, Holanda, França, enfim, por estes lados da Europa, sem que, a cada canto, não encontremos um rio domesticado, um canal, uma eclusa.

A água sempre foi a fonte de vida e de fixação de vida às terras. E, a mim, deixa-me hipnotizado. A do mar, especialmente, mas a dos rios, também.

Irriga as terras; ameniza o clima; é estrada para o transporte de mercadorias; é meio de comunicação; é fonte de lazer; era uma defesa militar natural, hoje já pouco relevante; e etc.

Já escrevi aqui no blogue - lá mais para trás, que não entendo porque é que Portugal (e Espanha), nunca se decidiu(iram) politicamente pela construção de canais, especialmente a sul, onde os terrenos mais facilmente o permitem e onde mais necessários me parecem. Envolveria, concerteza, grandes investimentos mas... parece-me que valeria a pena (isto é só um suponhamos, que não tenho dados objectivos, quer financeiros, quer de outras perspectivas que também se deveriam ter em conta). Já estou a ver muitos a dizer: então nem Alqueva, quanto mais...

Mechelen tem o Canal de Louvain a passar-lhe a seus pés. Mas, mais importante, tem o Rio Dijle a regar-lhe o corpo. A baixa da cidade encontra-se na ilha formada pela bifurcação do rio, embora a cidade, não sendo muito grande, se espraie para lá da ilha.


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E aqui ficam mais uns olhares de Mechelen (o slideshow de todas as fotos fica ali ao lado):


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