domingo, 18 de janeiro de 2009

Novo acordo ortográfico

Este ano já se começaram a fazer sentir as influências do Novo Acordo Ortográfico.

Ao pegar num livro que me veio parar às mãos, lembrei-me de alguns resistentes públicos à mudança e da militância fanática com que defendiam a manutenção das regras em vigor.

Confesso que não tenho nenhum grau académico na área específica.

Mas sempre achei que a língua portuguesa necessita(va) de alargar o universo geográfico onde as regras teriam de ser comuns, se assim quisermos que o português se mantenha vivo e com vida política e económica proporcional à sua relevância no mundo.

O que diriam os leitores e escritores do português de há cem anos, se hoje cá viessem?

Como iriam aqueles resistentes à mudança fazer a defesa das suas posições?

Vamos viajar a um passado não muito longínquo da nossa nacionalidade:

Estamos em 1895, em Portugal.

Os alunos que se preparam para fazer a admissão aos liceus necessitam estudar o seguinte:


Programma
Noções de geographia e de chorographia portugueza


I - Definição de geographia. Principaes termos que se empregam em geographia.
II - Idéa de fórma da terra, divisão do mundo em cinco partes e denominação d’estas. Oceano e suas divisões.
III - Situação, superfície e limites do reino de Portugal.
IV - Principaes portos, rios, montanhas, cabos, lagôas, ilhas.
V - Províncias.
- - - - 1º. Divisão administrativa do reino, - districtos e suas capitaes.
- - - - 2º. Divisão ecclesiastica – dioceses.
- - - - 3º. Divisão militar. Forças de mar e terra.
- - - - 4º. Divisão judicial.
VI - Fórma de governo. Religião e população.
VII - Províncias ultramarinas em Africa, Asia e Oceania.
- - - - 1º. Divisão administrativa, ecclesiastica e judicial das províncias ultramarinas.
- - - - 2º. Principaes productos das colonias.
” (sic)

E como se escrevia o que se estudava, por exemplo, sobre Angola?

Vejam:

A Q U I, na Pag 45,

Quem quiser ler o livro todo, VEJA AQUI
OBS.:
a velocidade com que as páginas passam, pode ser regulada, podendo parar-se a página, ver página-a-página, voltar-se às anteriores ou avançar, sempre que desejado. Explorem. Aconselho verem em "Full Screen".

2 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Estudei, (ou fingi estudar), Física, por um livro escrito por "Achiles Machado".
Nunca soube se o "homem" se chamava, "AKiles MaKado", ou "AXiles MaXado"
(a substituição das letras é para se compreender melhor e foi feita por mim).
Mas penso que desta vez o acordo ortográfico é uma insanidade mental escrita!!!

Só uns exemplos.

Cor-de-rosa, leva hífen.
Cor de laranja, não leva hífen!!!
"Pára", do verbo parar, deixa de ser acentuado. Como se distingue da proposição, "para"?
Mas "pôr", (verbo) manterá obrigatoriamente o acento, para se distinguir da proposição "por".
"Pode", (pretérito perfeito), terá FACULTATIVAMENTE acento, (pôde), para se distinguir de pode,,(presente do conjuntivo).
"Forma", (substantivo) terá FACULTATIVAMENTE acento, "fôrma", para se distinguir de "forma", (verbo e substantivo.

Mas acordo, cerca, acerto, etc. (substantivos), OBRIGATORIAMENTE NÃO TERÃO ACENTO e nãoo se distinguirão de acordo, cerca, acerto, etc. (verbos).

Demos, (pres. do conjuntivo) terá FACULTATIVAMENTE acento, (dêmos), para se distinguir de demos (pret. perf.
Mas "podemos", (pres. do conjuntivo), OBRIGATORIAMENTE NÃO!!! e não se distinguirá da forma pudemos (pret. perf.).

E a "chorrilhada" continua ...

O que é facultativo e obrigatório???
O que se mantém para distinguir e o que não se mantém apesar de distinguir???

Mas noutros campos a confusão vai-se manter ... e ainda temos que aprender brasileiro para voltar ao português.

Por exemplo:
Fracionamos, racionamos e acionamos (pret. perf.) terão FACULTATIVAMENTE acento para se distinguir de fracionamos, racionamos, acionamos (pres. do conj.)Fracin(á)mos terá FACULTATIVAMENTE um "C" mudo.
Porquê?
Porque no Brasil a consoante é pronunciada.
Mas acion(á)mos não terá "C" mudo OBRIGATORIAMENTE.
Passará a ser erro a forma, "accionámos" ou "accionamos"???
Porquê?
Porque no Brasil a consoante não é pronunciada. Como no Brasil se escreve sem "C", em Portugal não se poderá continuar a escrever com "C".

Deceção e receção, terão um "P" mudo FACULTATIVAMENTE ...
Nem me alongo mais.
O meu português vai continuar como me ensinaram, ou como sei, mesmo com um chorrilho de asneiras e quem não gostar que não leia.
Ou então o "Magalhães" que "faça" a retroversão, conversão, revisão ou lá o que lhe queiram chamar.

Estou completamente nu.
o disco pifou e fiquei sem nada ... mesmo nada!!!
ZERO!!!

Nem sei se vou continuar com os blogs ...

Até um maldito livro com uns "poemecos", que já esteve para ser editado em Novembro se foi ...

Ainda ando como o tolo dum lado para o outro ...
Não sei mesmo o que vou fazer.

Para já um abraço.

Depois logo se vê!!!

INTÉ!!!

Anónimo disse...

Faltou tirar o hífen de todas as palavras.