sexta-feira, 22 de maio de 2009

Votar por uma União Europeia ou …

… votar pela Europa unida?

“Nós não ligaremos os Estados, nós uniremos os homens”.
“Nada é possível sem os homens, mas nada é durável sem as instituições”.
"A grande revolução europeia da nossa época, a revolução que tem como objectivo substituir as rivalidades nacionais por uma união de povos dentro da liberdade e da diversidade, a revolução que vai permitir um novo desenvolvimento da nossa civilização e um novo renascimento, essa revolução começou com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço”
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Lá para os idos de 1943, já com a II Guerra Mundial a perspectivar o declínio para o desfecho que veio a ter, Jean Monet declarou mais ou menos isto:
“Não haverá paz na Europa, se os Estados voltarem a reconstituir-se na base das soberanias nacionais. Os países da Europa são demasiado pequenos para poderem garantir aos seus povos a necessária prosperidade e desenvolvimento social. Os estados europeus devem constituir-se em federação.”

Não é claro, mas parece que a sua ideia sobre o processo a seguir para essa federação de estados europeus deveria ser aquele que foi expressado numa frase que se atribui a Adrian Hilton:
“As nações europeias devem ser guiadas para um super estado sem que o seu povo perceba o que está a acontecer. Isto será conseguido por sucessivos passos dissimulados em objectivos económicos, mas que afinal levarão irreversivelmente à federação”.

Se admito que por aquelas alturas era possível, e até, talvez, desejável, construir uma Federação da Europa através de manobras dissimulatórias, atirando com engodos económicos ao povo, defendo que hoje esse processo é inadmissível, como será impossível de alcançar o objectivo principal escondendo do povo o alvo a atingir, se é que ainda há alguém a comer aqueles engodos. Concordo e sou adepto de uma Europa unida, pois acredito que só assim este espaço geo-estratégico poderá defender os seus, quer de ameaças bélicas, quer os níveis de bem-estar social europeu, quer mantendo a Europa como centro difusor de ideias políticas humanistas, quer, genericamente falando, ajudando a manter viva uma “cultura europeia” no mundo. Acredito que isso só será alcançado através de uma união de Estados, qualquer que seja a sua forma escolhida, mas onde a federação será uma das mais perfeitas para alcançar aquele desiderato. Afinal, num mundo global como o temos hoje, que mal teria "unirmo-nos" em federação?

Mas já não estamos numa Europa de povos subnutridos, doentes, a serem bombardeados, a verem os seus a tombar ali ao lado, analfabetos, com reservas e desconfianças contra os seus vizinhos, ... Não.

Hoje, temos uma Europa substancialmente diferente. Embora pairem, periodicamante, ameaças de guerras mais ou menos alargadas no seu interior, a II Guerra Mundial já lá vai.

A população não tem o grau de analfabetismo de outrora. Os meios de informação são incomensuravelmente diferentes. Os pensamentos mais ou menos atómicos dos cidadãos europeus propagam-se à velocidade da luz, por todos os cantos, num click. Poderemos estar prontos para nos unirmos num Estado, mas não acredito que, se nos continuarem a querer unir com engodos, esse Estado se venha a realizar e, se o vier, venha a resistir muito tempo a uma nova convulsão europeia.

Daí, ter defendido, AQUI, que o referendo por uma constituição da Europa deveria e teria que ser a única forma de aprovar o texto que se chamou de "Tratado Europeu". O recurso aos votos directamente expressos pelos seus povos para esse efeito, é necessário.

De uma forma clara, os povos seriam consultados sem dissimulações. De uma forma transparente, deveriam ser os seus líderes, os de cada estado a federar-se, a escalarecer os prós e os contras desse tipo de união. De uma forma responsável, cada povo diria o que queria desta e para esta Europa.

Não se foi por aí. Para já.

De qualquer forma, vamos ter um acto eleitoral, não tarda nada.

Por isso, aqui ficam alguns vídeos de campanha para as europeias. Engraçados e arrojados. De uma nova época de comunicação. Esta sim, actual.







1 comentário:

xistosa, josé torres disse...

O Tratado de Lisboa foi bem tratado e amordaçado, digo, amarrado.
Nem me preocupa o que eles querem.
Quando chegar a onda de choque já cá não estarei, se chegar efectivamente a entrar em vigor.
Algo terá que ser feito mas à frente de todos, não por procuradores que no meu caso não foram contratados por mim e o meu governo, por ter votado neles, não lhe passei procuração para me representar num referendo que não houve.
Ou será uma alforria que passaram ao pessoal?

Gostei dos vídeos.

Um bom fim de semana.